BRASIL

Lei das Estatais: STF julga hoje restrição a indicações de políticos para empresas públicas

Ministros decidem se mantêm decisão de Lewandowski, que suspendeu trechos da Lei das Estatais

Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal  - Foto: Fellipe Sampaio/STF/Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa nesta quarta-feira se deve haver restrições para indicação de políticos para a direção de empresas estatais. Os ministros vão avaliar se mantêm ou derrubam uma decisão do ministro aposentado Ricardo Lewandowski, que suspendeu trechos da Lei das Estatais que tratam do assunto.

A Lei das Estatais, aprovada em 2016, proíbe que uma pessoa que atuou nos últimos três anos como participante de estrutura decisória de partido político, ou em trabalho vinculado a organização de campanha eleitoral, seja nomeada para o conselho diretor ou diretoria de estatais.

Em março, Lewandowski, hoje aposentado, considerou esse trecho inconstitucional e proibiu apenas a manutenção do vínculo partidário a partir do momento em que a pessoa assume o cargo de diretor ou conselheiro. Além disso, também suspendeu outro trecho, que impede que ministro de Estado e parlamentares sejam indicados para a diretoria e conselho das estatais.

Para Lewandowski, apesar das regras da Lei das Estatais tentarem evitar o aparelhamento político das empresas, na verdade "acabaram por estabelecer discriminações desarrazoadas e desproporcionais – por isso mesmo inconstitucionais – contra aqueles que atuam, legitimamente, na esfera governamental ou partidária". O ministro atendeu a um pedido do PCdoB.

O julgamento teve idas e vindas no STF. Inicialmente, o caso começou a ser analisado no plenário virtual. Lewandowski votou para suspender os trechos, mas o entendimento precisava ser confirmado pelos demais ministros. André Mendonça, no entanto, pediu vista e interrompeu a análise.
 

Cinco dias depois, o relator, que estava próximo de se aposentar, proferiu a decisão liminar — com efeitos imediatos. Um novo julgamento começou no plenário virtual, dessa vez para confirmar a liminar, mas outro ministro, Dias Toffoli, pediu vista.

Agora, o caso será debatido no plenário físico. O julgamento será reiniciado com o voto de Mendonça. Como é substituto de Lewandowski no tribunal, Cristiano Zanin não irá votar.

Veja também

Dólar cai para R$ 5,42 e fecha no menor valor em um mês
Dólar

Dólar cai para R$ 5,42 e fecha no menor valor em um mês

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee
Falha no sistema

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Newsletter