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Leilão

Leilão de medalha do Nobel em benefício de crianças ucranianas bateu todos os recordes

O dinheiro arrecadado será destinado a um programa do UNICEF para crianças ucranianas deslocadas pelo conflito

Jornalista russo Dmitri Muratov com sua medalha do Nobel leiloada para ajudar crianças ucranianas deslocadas pelo conflito Jornalista russo Dmitri Muratov com sua medalha do Nobel leiloada para ajudar crianças ucranianas deslocadas pelo conflito  - Foto: Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

O leilão promovido pelo jornalista russo Dmitri Muratov de sua medalha do Nobel em benefício das crianças ucranianas atingiu 103,5 milhões de dólares, quebrando todos os recordes.

Em uma venda organizada na segunda-feira em Nova York, o editor-chefe do jornal investigativo independente Novaya Gazeta entregou a um comprador anônimo a medalha de 196 gramas, que tem uma camada de ouro de 150 gramas, que ele obteve em conjunto com a jornalista filipina Maria Ressa, "pelos seus esforços para salvaguardar a liberdade de expressão".

Medalha do Nobel do jornalista russo Dmitri MuratovMedalha do Nobel do jornalista russo Dmitri Muratov (Foto: Kena Betancur / AFP)

O dinheiro arrecadado será destinado a um programa do UNICEF para crianças ucranianas deslocadas pelo conflito e supera em muito os 4,76 milhões de dólares que outra medalha do Nobel alcançou em 2014.

"Muratov consultou o comitê do Nobel e recebeu apoio à sua decisão para que os lucros ajudem crianças e refugiados na Ucrânia", disse o secretário do comitê que concede o prêmio, Olav Njølstad. 

"É um objetivo louvável. Só podemos parabenizá-lo pelo resultado e torcer para que a ajuda chegue a quem mais precisa", disse em e-mail à AFP. 

Em seus 120 anos de história, o Prêmio Nobel foi concedido a 975 indivíduos e organizações, premiando áreas como a promoção da Paz, Literatura, Medicina, Física, Química e, desde 1968, Economia. 

Com o tempo, vários prêmios acabaram sendo leiloados pelos herdeiros, permitindo que as medalhas acabassem em mãos de pessoas que não foram distinguidas por "um serviço à humanidade", como concebido por Alfred Nobel (1833-1896) em seu testamento. 

O Nobel vendido por menos dinheiro em leilão foi o do francês Aristide Briand, distinguido em 1926 por seu papel na curta reconciliação entre França e Alemanha. 

Em 2008 foi adquirido por um museu e sete anos depois foi roubado por desconhecidos. 

A medalha concedida ao britânico William Randal Cremer em 1903 superou por pouco esse preço, arrematada por US$ 17 mil em 1985. 

Há alguns anos, o apetite por esses prêmios começou a aumentar. 

Na última década, vários prêmios em Física, Química ou Economia atingiram preços entre 300 mil e 400 mil dólares. 

Entre as medalhas do Nobel da Paz, a do belga Auguste Beernaert distinguido em 1909 chegou a 661 mil dólares e o prêmio concedido ao argentino Carlos Saavedra Lamas em 1936 alcançou 1,16 milhão de dólares.

Até agora, era o prêmio de Medicina que detinha o recorde quando o americano James Watson, um dos cientistas que descobriram a estrutura do DNA, arrecadou 4,76 milhões de dólares em 2014.

Por outro lado, às vezes as expectativas de um leilão não são atendidas. 

A medalha concedida ao escritor americano William Faulkner, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1949, foi retirada de um leilão depois que ele não conseguiu arrecadar o meio milhão de dólares que seus herdeiros esperavam ao colocar a peça à venda em 2013.

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