Lewandowski: sem segurança não há como desenvolver economia e atrair investimento internacional
o ministro, contudo, disse que é preciso ser otimista com o Brasil
O ministro da Justiça e Segurança, Ricardo Lewandowski, disse nesta sexta-feira, 16, que empresários brasileiros estão preocupados com a segurança no País, o que já estaria prejudicando investimentos internacionais e pode atrapalhar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
"que esperamos cresça [o PIB] mais de 2,5%, como está sendo previsto por alguns analistas", disse durante participação no 23º Fórum Empresarial Lide, na zona sul do Rio de Janeiro.
"Os empresários me diziam, com razão, que hoje a segurança pública pode ser considerada um insumo de produção, tal como uma matéria-prima, porque sem segurança não é mais possível desenvolver as atividades privadas no campo da economia", afirmou o ministro, referindo-se a um jantar que participou na quarta-feira, 14, com membros da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Leia também
• Moraes usou TSE para conseguir dados da polícia para sua segurança, diz jornal
• Lula vai anunciar investimento "pesado" na Fafen, e colocar R$ 4,5 bi na Repar
• Haddad espera que Brasil alcance grau de investimento em 2026
Lewandowski, porém, disse que é preciso ser otimista com o Brasil, onde vários marcos regulatórios estão sendo aprovados e onde existe o maior marco regulatório de todos, segundo ele, a Constituição.
"Há 35 anos, nós gozamos de uma democracia estável, eleições gerais e locais que se repetem periodicamente, sem maiores incidências", ressaltou.
"É claro que numa democracia existem opiniões divergentes. Agora, por exemplo, sobre as emendas parlamentares, eu tenho certeza que chegaremos a um bom termo neste aspecto", disse o ministro, referindo-se à polêmica entre governo e Congresso Nacional sobre o alto volume de emendas e falta de transparência das mesmas.
O ministro ressaltou que pretende fazer na segurança algo semelhante ao que acontece no Sistema Único de Saúde, verticalizando o Sistema Único de Segurança Pública, para permitir que a União, ouvindo os estados, elabore planos nacionais com diretrizes gerais para a segurança pública e o sistema penitenciário.
"E também nos moldes do SUS, e da Educação, criemos um fundo próprio com verbas que não podem ser contingenciadas para irrigar o sistema todo", explicou.
"Precisamos de uma coordenação de todas as forças de segurança, e isso só pode ser feito na medida em que tenhamos um modelo semelhante àqueles aos quais eu me referi", disse.
Lewandowski disse ainda que pretende aumentar "um pouco" as competências da Polícia Federal para atuar contra o crime organizado e as milícias privadas, assim como na área do meio ambiente.