LG vai levar produção de monitores e notebooks de SP para Manaus, diz sindicato
Com o encerramento global da divisão de smartphones, a LG vai levar as linhas de produção de monitores e notebooks, hoje localizadas em Taubaté (SP), para Manaus (AM), cidade em que a empresa já fabrica outros produtos, como televisores, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
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A entidade teve reunião com representantes da companhia nesta terça (6). Ainda segundo o sindicato, a fábrica paulista será fechada até meados deste ano.
Procurada nesta terça, a LG no Brasil não respondeu. Em nota enviada na segunda (5), a empresa disse que cumprirá as responsabilidades para minimizar os impactos para funcionários e parceiros comerciais.
Com a mudança para Manaus, 700 empregados diretos da LG em Taubaté deverão ser demitidos, diz o sindicato. São 400 atuando na produção de celulares e outros 300 com os monitores e notebooks.
A entidade sindical e a LG tiveram nesta terça a primeira de uma série de reuniões. Em vídeo divulgado após a reunião, o presidente do sindicato, Cláudio Batista, diz que a intenção é fechar um acordo para os funcionários até o fim da semana.
Segundo Batista, a LG comunicou que manterá no município paulista o call center e o serviço de assistência técnica. Juntos, os dois setores têm 300 empregados.
"Ficou acertado que vamos discutir, podendo chegar a um acordo, plano médico, PLR [participação nos lucros e resultados], indenização social, qualificação profissional, assistência sindical, prova de quitação, absenteísmo, B94 [código do INSS para auxílio-doença por questões de trabalho], estáveis e gestantes", disse o presidente do sindicato de Taubaté.
Além dos empregados da fábrica em Taubaté, o encerramento da produção de smartphones no Brasil também terá efeitos sobre três empresas na região, sendo duas em Caçapava e uma em São José dos Campos. Juntas elas empregam cerca de 430 pessoas, diz o sindicato.
Segundo o sindicato de São José dos Campos, todas trabalham somente para atender a LG. Sem a produção de telefones, elas deverão fechar, afirma a entidade. Pela manhã, nesta terça, a trabalhadoras dessas três empresas deram início a uma greve.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos encaminhou uma representação ao Ministério Público do Trabalho. A entidade diz que a possibilidade de haver demissão coletiva é ilegal e pede abertura de um inquérito civil.
"O clima nas fábricas é de indignação e muita preocupação. Estamos num momento de alto índice de desemprego, desindustrialização e pandemia", diz Weller Gonçalves, presidente do sindicato.