Conselho

Light: Nelson Tanure propõe nova composição para Conselho em meio a mudanças no comando da companhia

Empresário tem apoio dos dois outros acionistas de referência. E negociação com credores pode melhorar, dizem fontes

Nelson Tanure, principal acionista de referência da Light, propõe mudanças no Conselho de Administração da companhia e assembleia será convocada Nelson Tanure, principal acionista de referência da Light, propõe mudanças no Conselho de Administração da companhia e assembleia será convocada  - Foto: Divulgação

O empresário Nelson Tanure, que em um par de meses se tornou o maior acionista individual da Light, com 21,8% do capital, enviou à companhia proposta para eleger um novo Conselho de Administração. A nova composição — apoiada pelos dois outros acionistas de referência, Ronaldo Cezar Coelho e Beto Sicupira — levaria para a presidência do board Helio da Costa, ex-ministro das Comunicações no primeiro governo Lula, e nome próximo ao empresário.

Tanure propõe ainda que o Conselho de Administração amplie o número de membros dos atuais sete para nove, incluindo um assento para o próprio empresário. Entrariam ainda Pedro de Moraes Borba e Wendell Alexandre Paes de Andrade de Oliveira.

Da atual composição, permaneceriam Abel Rochinha, hoje presidente do Conselho; Firmino Fereira Sampaio Neto; Helio Paulo Ferraz; Yuiti Matsuo Lopes e Raphael Manhães Martins. Enquanto Ricardo Reisen de Pinho e Thiago Osorio deixariam o board.

O que pode mudar
A carta de Tanure, avaliam fontes próximas à Light, traz algumas sinalizações sobre os rumos que a companhia vai tomar em meio ao processo de recuperação judicial — a Light tem uma dívida superior a R$ 11 bilhões — e ao pedido de renovação antecipada do contrato de concessão de sua distribuidora.

A primeira delas é o alinhamento entre os três acionistas de referência. Nos bastidores, credores temiam que eclodisse uma disputa pelo controle da companhia, o que poderia dificultar a reestruturação.

Outra é que a mexida no Conselho pode trazer “um azeite na relação de negociação com os credores”, conta uma fonte. Grandes credores não escondem o descontentamento com o atual board, questionando a falta de propostas para o reperfilamento dos débitos da companhia que estaria com “as portas fechadas” ao diálogo.

Os questionamentos recaem agora sobre como essa mudança vai se refletir no plano de recuperação judicial, que tem de ser apresentado até o fim da primeira quinzena de julho. “As diretrizes estão tomadas, mas a nova administração vai elaborar o plano. E ele pode ser apresentado sem a anuência dos grandes credores, depois vai sendo ajustado”, conta essa mesma fonte.

Tanure vinha defendendo um aporte de capital como ponto de partida para reestruturação financeira da companhia. Há outros investidores interessados em fazer isso. As negociações nessa direção, porém, podem também oferecer turbulência aos credores. “Tanure é truculento em sua atuação. E, agora, ele vai defender os interesses da Light, para sair da recuperação com a companhia o menos endividada possível", avalia essa fonte.

Novo presidente para a distribuidora
A esfera executiva está preservada. Octávio Lopes segue no comando do grupo. O Conselho elegeu Rodrigo Ribeiro Pereira Brandão para os cargos de diretor da Light Sesa, a distribuidora da companhia, além de diretor da Light e membro do Conselho de Administração da Light Energia, a partir de 20 de julho de 2023.

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Ele vai substituir Thiago Guth, que renunciou aos cargos, por motivos pessoais segundo a Light, no último dia 17 de junho. Como o executivo permanece no cargo até o fim deste mês, a presidência da distribuidora será interinamente tocada por Carlos Vinicius de Sá Roriz, já diretor não-estatuário da Light e à frente da área de Tecnologia de Informação, entre 1º e 19 de julho.

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