Limite de pagamentos por aproximação sobe para R$ 200
Até então, o teto para este tipo de transação era de R$ 100 -valor que já havia sido aumentado pela entidade em julho deste ano
A indústria de cartões decidiu elevar de R$ 100 para R$ 200 o limite dos pagamentos por aproximação sem a necessidade de senha. Com o ajuste, a modalidade passa a englobar os valores gastos em 80% de todas as transações feitas com cartões.
O aumento foi aprovado pela diretoria da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) na última quinta-feira (17). Até então, o teto para este tipo de transação era de R$ 100 -valor que já havia sido aumentado pela entidade em julho deste ano.
Segundo o presidente da Abecs, Pedro Coutinho, a mudança vem para atender uma demanda dos consumidores que se intensificou ao longo deste ano diante das medidas de distanciamento social. "Além disso, vimos uma evolução no mercado importante. Antes, por exemplo, nem todos os dispositivos aceitavam o NFC [sigla em inglês para Near Field Communication], agora temos uma base de quase 100% dos devices [equipamentos]. O aumento dessa base e do incentivo têm permitido esse crescimento exponencial", disse Coutinho à reportagem.
Leia também
• Congresso analisa créditos extras para organismos internacionais e ministério
• Paulo Câmara reduz taxa de juros e aumenta linhas de financiamento do Crédito Popular 2021
• Decreto restabelece alíquota zero de IOF para operações de crédito
Os últimos dados da associação apontam que os pagamentos por aproximação movimentaram R$ 22,7 bilhões de janeiro a setembro deste ano, avanço de 478% em relação a igual período de 2019. Para 2020 a Abecs espera que a modalidade alcance cerca de R$ 40 bilhões em transações.
O movimento por parte da associação também acontece pouco mais de um mês depois da chegada do Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. O ticket médio da modalidade é de valores mais altos, que ficam entre R$ 300 e pouco mais de R$ 1 mil.
Coutinho afirma, no entanto, que não é uma questão de competição entre as duas modalidades. "A experiência do usuário é muito simples com o NFC e tende a mostrar volumes cada vez maiores. Com o pagamento por aproximação não é necessário abrir aplicativo, ler QR Code ou nada do tipo. Basta aproximar, pagar e ir embora. Essa praticidade é uma demanda do consumidor", disse.
Ainda segundo o presidente da Abecs, a associação realizou um mapeamento de segurança e fraude antes de aumentar o limite dos pagamentos por aproximação. "É uma modalidade que continua completamente segura. Fizemos esse mapeamento e não houve nenhum problema significativo desde que o primeiro aumento, de R$ 50 para R$ 100, aconteceu em julho. Também deu tudo certo com todos os pilotos que fizemos com o novo limite de R$ 200", afirmou.
Em nota, a Abecs afirmou que a compra por aproximação possui diversas camadas de segurança, assim como uma transação com chip, incluindo a adoção do padrão internacional EMV, especificação adotada pelo mercado e que inviabiliza o uso de dados para clonagem e demais fraudes.
Segundo a associação, cada banco será responsável por adequar seus sistemas ao novo limite. Não há, no entanto, uma data prevista para a total implementação da novidade.
O aumento dos limites nos pagamentos por aproximação é um pleito já antigo dos participantes do mercado de cartões, mas que ganhou força com a chegada da pandemia do coronavírus e das medidas voltadas para impedir a contaminação pelo contato.
Além do comércio em geral, a associação afirmou que a modalidade vem sendo implantada em outros segmentos, como nas catracas do transporte público e em praças de pedágio.