Lobarinhas: Atuação do Tesouro não visa controlar câmbio ou curva de juros
Segundo o coordenador-geral, a atuação foi para balizar e devolver a funcionalidade à curva de juros
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública substituto, Roberto Lobarinhas, disse que a atuação extraordinária do órgão na última semana, com leilões de recompra de títulos públicos, não visava controlar a alta do dólar ou a curva de juros, mas balizar o mercado.
"Certamente a atuação do Tesouro não visa frear a alta do dólar, controlar o câmbio ou coisa que o valha, tampouco controlar a curva de juros", afirmou.
Segundo Lobarinhas, a atuação foi para balizar e devolver a funcionalidade à curva de juros, "tão somente isso, nada que vá além disso".
"Se existe uma visão além disso, não é como temos pensado as atuações extraordinárias", completou, na coletiva que comentava os dados da dívida referentes ao mês de novembro.
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"Atuação mostrou que não existia apetite exacerbado para vender ao Tesouro"
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública substituto, Roberto Lobarinhas, afirmou que a primeira atuação extraordinária do Tesouro nos leilões de compra e venda de títulos realizados na semana passada mostrou que não havia um apetite exacerbado do mercado para vender papéis ao órgão.
No primeiro leilão, o Tesouro comprou apenas 100 mil títulos do total de 1 milhão que foram oferecidos de vencimento a vencimento, ou seja, 10% do que poderia chegar de compra total.
"Nessa primeira atuação extraordinária, já mostrou que não existia um apetite exacerbado por vender títulos para o Tesouro. E as taxas foram muito justas em relação aos parâmetros de secundário que nós tínhamos naquele dia, o que reforça essa visão de que não existia uma demanda exacerbada para vender para o Tesouro, porém, esse balizamento de preços foi importante de ser passado", disse em coletiva à imprensa. No primeiro leilão, realizado na última quarta-feira, 18, foram ofertadas apenas NTN-Fs.
Segundo Lobarinhas, os leilões da semana passada tiveram um bom funcionamento e foram realizados para balizar preços em momento de volatilidade. Ele reiterou que o resultado da atuação do Tesouro mostra que o mercado tem referência de preço e está funcionando dentro da normalidade.
Na última quinta-feira, 19, foram feitos dois leilões. Em um deles, pela manhã, foi feita a compra e venda de títulos vinculados a índices de preço, no qual foi ofertado um volume de até 3 milhões de títulos a serem recomprados.
"Nós compramos 103 mil títulos e tínhamos uma oferta de 3 milhões e, por acaso, nesse título, nós também vendemos a uma taxa muito próxima daquela que nós compramos, mostrando que existe referência de preço, mostrando que existem também vendedores, existem compradores nesse mercado, é uma outra mensagem muito importante que as nossas atuações passaram", avaliou.