Lula afirma que quer parceria com União Europeia na construção de um ambiente digital seguro
Lula conversou por telefone com presidente do Conselho Europeu
Em conversa telefônica, nesta quarta-feira, com o novo presidente do Conselho Europeu, António Cota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil conta com a União Europeia (UE) nos esforços multilaterais em defesa da integridade da informação em ambientes digitais. Em nota, o Palácio do Planalto ressaltou que essa parceira mira a "construção de ambientes digitais seguros e confiáveis, alinhados com os valores democráticos".
No telefonema, Lula falou sobre a importância de Brasil e UE trabalharem juntos em defesa da soberania regulatória, "diante da atuação das grandes corporações de tecnologia". A nota não cita nominalmente essas corporações.
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Na semana passada, o CEO da big tech Meta, Mark Zuckerberg, criticou a Europa e a América Latina (em uma crítica velada ao Brasil), ao anunciar o encerramento do programa de checagem de fatos. Zuckerberg disse que os europeus censuram as redes sociais e os latino-americanos têm "cortes secretas" que obrigam as empresas a derrubarem seu conteúdo. A União Europeia e o governo brasileiro reagiram, negando as acusações e demonstrando preocupação.
Uma reunião entre representantes do Brasil e da UE, para tratar do "Diálogo digital", está prevista para os dias 13 e 14 de fevereiro, em Bruxelas, na Bélgica. Existe a expectativa de os debates avançarem.
Outro ponto discutido na conversa entre Lula e o ex-primeiro-ministro de Portugal foi a realização de uma cúpula entre Brasil e União Europeia, ainda no primeiro semestre deste ano. Além de Costa, participaria do evento a presidente da UE, Úrsula von der Leyen.
A conclusão das negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia também foi discutida. Segundo o Planalto, Lula enfatizou ser essencial garantir condições para assinatura do tratado e que o Conselho Europeu terá papel fundamental nesse processo.
O acordo de livre comércio entre os dois blocos foi anunciado no mês passado, à margem da cúpula de presidentes do Mercosul, no Uruguai. As negociações começaram em 1999 e vinham se arrastando ao longo dos anos.