Lula desiste de emplacar Mantega como CEO da Vale; ex-ministro deve divulgar carta
Mineradora foi privatizada em 1997, mas manteve canais de influência do governo sobre sua gestão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de emplacar o ex-ministro da Fazend Guido Mantega como CEO da mineradora Vale.
Lula vinha se movimentando para levar Mantega ao comando da empresa ou no seu Conselho de Administração.
Mantega deve divulgar uma carta ainda hoje firmando que abre mão de ocupar um cargo na empresa.
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Desde o início do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado, conversas de bastidores apontam que o presidente gostaria de emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na presidência da Vale. Nas duas últimas semanas, o Planalto voltou à carga com a ideia, mas a influência do governo na mineradora diminuiu em relação ao que era nos governos anteriores do PT.
Nesta quinta-feira, o presidente usou as redes sociais para criticar a empresa, cujo Conselho de Administração tem que decidir até o fim deste mês se reconduz o atual presidente da empresa, Eduardo Bartolomeo, ou abre um processo para contratar um novo executivo como CEO.
Lula gostaria que o substituto fosse Mantega, mas o nome dele não é bem-visto entre os sócios privados da empresa e investidores no mercado.
A principal mudança na correlação de forças na Vale se deu no fim de 2020. A empresa, uma das maiores mineradoras do mundo, passou por uma reestruturação societária e se tornou uma corporação (corporation, como preferem os analistas de mercado), ou seja, uma companhia aberta de capital pulverizado, sem um controlador definido. Nenhum dos sócios tem poder suficiente para, sozinho, dar as cartas na mineradora, privatizada em 1997.