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preços dos alimentos

Lula diz que brasileiro voltará a comer picanha e reclama do preço do ovo

Presidente participou de cerimônia para distribuir novas ambulâncias ao Samu

O presidente Lula O presidente Lula  - Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira que o país enfrenta uma “crise tremenda” por conta da alta dos preços dos alimentos, mas prometeu que a carne ficará mais barata e o brasileiro poderá “voltar a comer picanha”.

A medida que zerou o imposto sobre a importação da carne bovina e de outros alimentos entrou em vigor hoje.

— Nós estamos com a economia crescendo, temos o menor nível de desemprego da história, a massa salarial está crescendo desde 2012 e nós temos certeza que a economia vai continuar crescendo. Estamos agora com um problema de alimento, vocês sabem, o ovo está caro. E até hoje não encontrei uma explicação para o ovo estar caro. Não tem explicação. Alguém está passando a mão. E nós queremos saber quem é. A carne vai baixar, vocês podem ter certeza de que vocês vão voltar a comer picanha outra vez — afirmou o petista durante evento em Sorocaba, no interior de São Paulo.

Lula também disse que seu governo anunciará na próxima terça-feira (18) a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

O presidente visitou a sede de uma empresa especializada na adaptação de veículos para anunciar a entrega de 789 ambulâncias para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu.

O Planalto informou que o programa vai beneficiar 559 municípios de 21 estados, com investimento de R$ 243,5 milhões por meio do Novo PAC. São 703 ambulâncias e 86 unidades de suporte avançado — essas serão distribuídas a 72 municípios de 17 estados.

O evento contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin; do ministro da Saúde, Alexandre Padilha; e do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos) — este último muito vaiado por apoiadores de Lula.

Conhecido como prefeito “tiktoker” — rede social na qual ostenta 2,5 milhões de seguidores —, Manga é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e um importante aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O prefeito afirmou em seu discurso, no qual precisou elevar o tom de voz para competir com o ruído das vaias, que Lula é “muito bem-vindo” em Sorocaba e que aquele era um momento de “alegria muito grande”.

— Quero agradecer a presença do presidente Lula, que é muito bem-vindo aqui. Eu fiz o pedido para o senhor de poder visitá-lo no seu gabinete lá em Brasília para a gente tratar do pacto federativo e o senhor prontamente se dispôs a me atender. Deus, independente de religião, nos abençoe — disse Manga, que decidiu de última hora comparecer à cerimônia do governo federal.

Padilha fez um agradecimento à sua antecessora no cargo, Nísia Trindade, que segundo ele “reconstruiu” o Ministério da Saúde.

O ministro prometeu entregar mais ambulâncias ainda no mês de março e disse que o atual governo chegará a 1.300 novos veículos disponíveis no Samu.

Ainda antes de o evento começar, apoiadores de Lula entoavam gritos como “sem anistia”, “Bolsonaro na cadeia” e “ei, Xandão, coloca o Bolsonaro na prisão”, cobrando a condenação do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Lula teve experiências distintas em recentes encontros públicos com políticos da oposição: com Tarcísio, duas semanas atrás, prevaleceu um tom de respeito mútuo entre os dois, enquanto um evento com o governador mineiro Romeu Zema (Novo) foi marcado por troca de farpas no palanque, na terça-feira.

O presidente reforçou sua agenda de viagens domésticas após seguidas pesquisas de opinião pública alertarem para queda na avaliação positiva do governo, estratégia endossada pelo ministro da Comunicação, Sidônio Palmeira.

Ainda nesta sexta-feira, Lula deve comparecer à festa de aniversário da ex-prefeita e ex-ministra Marta Suplicy, na capital paulista.

O retorno do presidente a Brasília está marcado para 22h.

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