Lula diz que Mercadante será o presidente do BNDES
Presidente confirmou nome de ex-ministro durante evento no CCBB
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta terça-feira (13), que o ex-ministro Aloizio Mecadante será o presidente do BNDES no seu governo.
— Críticas sobre você (Mercadante) que vai ser presidente do BNDES. Eu quero dizer pra você que não é mais boato, será presidente do BNDES — afirmou.
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Em uma frase crítica ao mercado e voltando a prometer a volta do crescimento com igualdade econômica, Lula defendeu uma economia com mais participação do Estado:
— Vai acabar as privatizações nesse pais e vamos poder provar que empresas publicas podem mostrar sua rentabilidade — disse Lula.
Mercadante volta ao governo federal seis anos após deixar de ter deixado o posto de Ministro da Educação do governo Dilma Rousseff.
Integrante do círculo mais próximo do presidente eleito, Mercadante foi coordenador do plano de governo de Lula. O petista em está com Lula em corridas presidenciais desde a década de 1980.
Mercadante integrou o programa de governo de Lula para a campanha ao estado de São Paulo, em 1982, e coordenou a área econômica na primeira tentativa de Lula chegar ao Planalto, em 1989.
No governo Dilma, o economista foi o fiel escudeiro da ex-presidente até seu último dia de mandato em 2016, quando deixou cargo após impeachment.
A relação de Lula e Mercadante é antiga. Se conheceram na metade dos anos 1970, quando o ex-presidente era dirigente sindical e Mercadante presidente do Centro Acadêmico da USP. Entre petistas, o economista é reconhecido por não ter se afastado de Lula na época em que esteve preso em Curitiba e ter sido um dos nomes que fez a defesa pública do ex-presidente.
Partiu do próprio Lula a articulação para Mercadante assumir a presidência da Fundação Perseu Abramo. Há dois anos no comando da entidade que funciona como braço acadêmico e de pesquisa do partido, Mercadante começou a preparar o time para compor o plano de governo e pensar em proposição de políticas públicas. Ele lidera 26 grupos de trabalhos compostos por ex-ministros, quadros dos governos petistas e pesquisadores. As formulações que surgem dos grupos temáticos ajudaram a embasar falas de Lula durante a campanha.
Em sua trajetória política, Mercadante ficou marcado, inclusive entre os pares, por ter pouca disposição ao diálogo. Durante a campanha e na transição, no entanto, Mercadante trabalhou como "um conciliador" em reuniões, de acordo com petistas.
Embora tenha sido um dos interlocutores a aproximar Lula com entidades empresariais durante a campanha, o mercado torce o nariz para Mercadante, o vê como um nome muito duro para a economia, por ser um quadro histórico do PT e adepto da linha econômica desenvolvimentista.