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Negociação

Lula diz que vai "encher o saco" do iFood para regulamentar trabalho de entregadores

Presidente deu declaração ao enviar projeto que trata de motoristas

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do BrasilLuiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ao assinar nesta segunda-feira o projeto de lei que cria um pacote de direitos para motoristas de aplicativos de transporte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o iFood. O governo responsabiliza a empresa de entregas pela falta de acordo para regulamentação do trabalho dos entregadores.

— O iFood não quer negociar, mas vamos encher tanto o saco que o iFood vai ter que negociar para fazer aquilo que vocês (motoristas) fizeram — disse o presidente.

Pela proposta do governo, não haverá vínculo de trabalho entre motorista e app previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Caso o texto seja aprovado pelos parlamentares, os motoristas receberão um valor mínimo por hora trabalhada e, junto com as empresas, contribuirão com o INSS. Assim, serão segurados da Previdência.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também criticou a empresa de entregas.

— Nós esperamos que esse projeto influencie os demais segmentos para poder voltar à mesa. Não adianta o iFood mandar recado. Nós queremos conversar. O fato é que iFood e demais (empresas) diziam que o padrão dessa negociação não cabia no seu modelo de negócio, porque é um modelo altamente explorador.

Em nota, o iFood disse que "não é verdadeira a fala do Ministro Luiz Marinho de que a empresa não quer negociar uma proposta digna para entregadores".

O iFood disse que participou ativamente do Grupo de Trabalho Tripartite (GT) e negociou um desenho regulatório para os entregadores até o seu encerramento.

"A última proposta feita pelo próprio Ministro Marinho, com ganhos de R$17 por hora trabalhada, foi integralmente aceita pelo iFood. Depois disso, o governo priorizou a discussão com os motoristas, que encontrava menos divergência na bancada dos trabalhadores. A empresa reforça que apoia desde 2021 a regulação do trabalho intermediado por plataformas e busca uma regulamentação para delivery que atenda as particularidades e necessidades diferentes dos motoristas, visando proteger os entregadores e preservar a sustentabilidade de seu ecossistema, que gera 873 mil postos de trabalho e atende 40 milhões de consumidores", afirma a empresa.

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