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Lula diz que vai "reagir" à taxação do aço por Trump: "Vamos denunciar ou taxar produtos deles"

A declaração de Lula acontece depois de Trump assinar memorando sobre tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação

President LulaPresident Lula - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que o governo vai reagir "comercialmente" à taxação do aço anunciada pelos Estados Unidos. A declaração ocorre após o presidente americano, Donald Trump, assinar um memorando que encaminha a imposição de tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos.

— Se taxar o aço Brasileiro nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na organização do comercio ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles — disse o presidente Lula durante entrevista a uma rádio nesta sexta-feira.

Durante a entrevista o presidente Lula também mencionou que não há nenhum tipo de relacionamento com Trump, apenas entre o Estado brasileiro e o americano.

 

— Não tem relacionamento, ainda não conversei com ele e ele ainda não conversou comigo. O relacionamento é entre estado brasileiro e estado americano. O Brasil considera os EUA um país extremamente importante para a relação do Brasil e espero que os EUA reconheçam o Brasil como um país muito importante.

Apesar do memorando estar assinado, a medida ainda não entrará em vigor. Segundo um funcionário da Casa Branca, essa foi uma decisão intencional para dar tempo às nações de negociarem novos termos comerciais com os EUA.

O memorando determina que os assessores do presidente avaliem as práticas comerciais de cada país para definir que tipo de taxação recíproca os EUA pretendem aplicar. A sequência de taxações faz crescer os temores sobre a escalada de uma guerra comercial global.

O presidente americano reconheceu que "os preços podem subir" nos EUA devido às medidas. A decisão de Trump indica que a análise das práticas comerciais dos países não será baseada apenas nas tarifas que eles impõem a produtos dos Estados Unidos em seus mercados.

Também serão considerados os impostos que esses países cobram sobre produtos estrangeiros, os subsídios que concedem às suas indústrias, suas taxas de câmbio e outros comportamentos que o presidente americano considera injustos. Ou seja, os EUA vão avaliar barreiras tarifárias e não-tarifárias a seus produtos nos mercados de seus parceiros comerciais para basear a retaliação prometida por Trump.

Estudos serão concluídos até abril
A ordem de Trump instrui o representante e o secretário de Comércio dos EUA a propor novas taxas por país, em um esforço para reequilibrar as relações comerciais — um processo abrangente que pode levar semanas ou meses para ser concluído.

Howard Lutnick, indicado por Trump para liderar o Departamento de Comércio, disse aos repórteres que todos os estudos devem ser concluídos até 1º de abril e que o presidente poderia agir imediatamente depois disso.

— Se nos impuserem uma tarifa ou imposto, nós impomos exatamente o mesmo nível de tarifa ou imposto, é simples assim — afirmou Trump no Salão Oval da Casa Branca, acrescentando: — Os aliados dos EUA costumam ser piores que nossos inimigos em nível comercial, acrescentou.

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