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ECONOMIA

Lula: ampliação da isenção do IR tem que ser compensada por ricos

Presidente ainda falou que o saque-aniversário "não pode acabar"

Presidente Lula na live Presidente Lula na live  - Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que a isenção do importo de renda para aqueles que ganham até R$ 5 mil precisa ser compensada por ricos. Lula afirmou que o governo tem intenção de ampliar ainda mais a taxa de isenção e que não considera o salário uma renda. Em entrevista a Rádio O Povo/CBN de Fortaleza, Lula também defendeu a permanência do saque-aniversário.

— Você não pode fazer com que as pessoas que ganham R$ 5 mil paguem Imposto de Renda enquanto os caras que têm ação da Petrobras recebem R$ 45 bilhões de dividendos sem pagar IR. Você não pode cobrar 25% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil e deixar os caras que recebem herança sem pagar. É apenas uma questão de justiça. O povo trabalhador, proporcionalmente, paga mais imposto do que o rico. Então o que queremos é isentar pessoas até R$ 5 mil e no futuro isentar mais. Na minha cabeça a ideia é que salário não é renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim devia pagar IR.

Lula afirmou que apesar do saque-aniversário, que permite retiradas anuais do saldo do FGTS, causar um "problema na poupança do Fundo de Garantia", não é possível acabar com o benefício porque prejudicaria muitas pessoas.

— Temos dois debates hoje. Temos o saque-aniversário que é uma coisa que está causando certo problema na poupança do Fundo de Garantia, mas a gente tem noção que não pode acabar porque vai mexer com muita gente, mas o que a gente quer é fazer com que os trabalhadores da iniciativa privada tenham direito a crédito consignado — afirmou.

Segundo dados oficiais, mais de nove milhões de trabalhadores que decidiram pegar parte do saldo no mês do aniversário não puderam receber o valor total do fundo, durante os mais de quatro anos da existência desse tipo de saque. A regra impediu o resgate de R$ 5 bilhões.

O governo avaliava enviar ao Congresso Nacional um projeto acabando com essa modalidade e propondo um formato que dará ao trabalhador do setor privado mais acesso ao crédito consignado, ou seja, quando há descontos na folha de pagamento.

— Acho que os trabalhadores vão concordar que se tiverem crédito consignado não precisa comprometer o fundo de garantia. Porque hoje o trabalhador que recebeu uma parte do fundo de garantia não pode retirar nem se for mandado embora, isso é um absurdo — afirmou Lula.

O presidente afirmou que o governo estuda a mudança, mas que não deve ser possível tirar isso do papel ainda neste ano.

— Tudo isso, a gente quer fazer de forma conversada e acordada. Não sei se dará pra fazer isso este ano porque discutimos isso meses atrás, o ministro do Trabalho fica pesquisando, discutindo com a Fazenda, e é importante não fazer rápido para não fazer coisa errada.

Lula destacou ainda que é preciso que o projeto seja acordado com o Congresso Nacional para não ser "tripudiado".

— A gente tem que mandar uma coisa que seja plausível, e toda vez eu faço questão de conversar com as lideranças do Congresso Nacional, porque, se a gente não conversar antes com as lideranças, a gente manda um projeto para o Congresso Nacional, chega lá , ele é tripudiado.

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