Lula reclama de críticas à economia em seus primeiros cem dias
Em reunião para fazer balanço dos 100 primeiros dias de seu mandato, o presidente afirmou, contudo, que é importante que o "mercado" fale para que ele possa "fazer diferente"
Em reunião para fazer um balanço dos seus cem primeiros dias de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou de críticas sobre a condução da economia em seu governo. Segundo ele, contudo, é importante que o "mercado" fale para que ele possa "fazer diferente".
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Ninguém acredita num governo que levanta todo dia falando que o PIB não vai crescer, que a economia não está boa, que o mercado, o FMI (Fundo Monetário Internacional) disse tal coisa. Se a gente for governar pensando nisso, é melhor desistir. É importante que essa gente fale para a gente fazer diferente, afirmou o presidente diante de seus ministros no Palácio do Planalto.
Não é a primeira vez que o presidente critica avaliações sobre o desempenho do governo em relação à economia. Ainda na transição, Lula reclamou da reação negativa do mercado a uma declaração sua sobre estabilidade fiscal. Em janeiro, reclamou que o mercado "não coração, sensibilidade, humanismo".
Nos primeiros meses de governo, o presidente também passou a fazer críticas públicas ao Banco Central por manter a taxa de juros em uma patamar alto. Lula afirma que o índice impede que empresas façam investimentos como forma de aquecer a economia.
Agradeçam as pessoas que acham que o Brasil não vai bem. Agradeçam as pessoas que fazem crítica porque eles estão dizendo exatamente aquilo que a gente não deve fazer. Eles estão dizendo, 'olha, façam outra coisa'.
Como o GLOBO mostrou, Lula chega a marca dos cem dias nesta segunda-feira, dia 10 de abril, como o único presidente a não criar uma nova marca no período. Ele foi também o que enfrentou as piores crises em poucas semanas à frente do Palácio do Planalto, como os atos golpistas de 8 de janeiro e a morte de indígenas na reserva ianomâmi.