Logo Folha de Pernambuco

economia

Lula sanciona Perse com 30 setores de eventos e limite de R$ 15 bilhões para benefício fiscal

Evento contou com o presidente Lula e representantes o setor de eventos e turismo

Lula sanciona lei do Perse que desonera atividades do setor de eventosLula sanciona lei do Perse que desonera atividades do setor de eventos - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira o projeto que restringe o alcance do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e prevê o fim do benefício até 2026. A manutenção do projeto será limitada ao benefício fiscal de R$15 bilhões até 2026. Após acordo entre o Ministério da Fazenda e líderes parlamentares, o programa incluirá 30 setores.

Os incentivos abrangem quatro impostos federais IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. A isenção total permanece em 2024. O benefício será aplicado para empresas de lucro real ou presumido. Mas as companhias de lucro real terão a cobrança retomada de IRPJ e CSLL, integralmente, em 2025, sobre o lucro. Para essas empresas, o incentivo fiscal que zera os impostos permaneceria apenas sobre cobranças de PIS e COFINS, até 2026. Já para as empresas de lucro presumido, permanece a isenção total, sobre os quatro impostos, também até 2026
 

O novo formato do Perse foi aprovado após uma série de costuras políticas e resistência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Haddad e as relatoras do projeto, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) e a deputada Renata Abreu (Podemos-SP), conversaram algumas vezes por telefone nos dias de votação, além das reuniões presenciais. O ministro se comprometeu a não pedir o veto presidencial à proposta, além liberar a bancada governista para apoiar o projeto em votação simbólica. Tudo para que o prejuízo não ficasse ainda maior, com a correção dos R$15 bilhões pela inflação, até 2026.

O Perse foi aprovado pela primeira vez em 2021 no Congresso Nacional, chegou a ter vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foram derrubados no início de 2022. Em uma primeira regulamentação do programa, no mesmo ano, o ministério da Economia do governo anterior chegou a incluir 88 setores no benefício de isenção de impostos, o que pegou mal. Em medida provisória, a 1147, editada no fim de 2022, o então governo se comprometeu com a redução de setores atendidos. Em maio de 2023, o Congresso aprovou a MP enxugando a isenção fiscal para 44 setores.

Em dezembro de 2023, porém, o governo Lula, por meio do ministro Haddad, decidiu acabar com o programa por meio de outra medida provisória, a 1202. O fim estava previsto no texto para ocorrer em abril de 2024. Os parlamentares, porém, sinalizaram que a MP não seria analisada e caducaria, foi quando Haddad formulou um projeto de lei e o enviou à Câmara, por meio do líder José Guimarães. A proposta veio mais suave que a MP, mantinha 12 setores com o benefício, que acabaria de forma gradual, até 2026.

Nas mãos da relatora Renata Abreu (Podemos-SP), o projeto ampliou o auxílio para 30 setores, manteve isenção dos impostos até 2026 e criou o limite de gastos de R$15 bilhões. O formato, apesar de mais permissivo que o inicialmente enviado pelo governo, foi considerado uma vitória para Haddad, que trabalhou para deixar o texto o menos pior possível aos cofres públicos.

De acordo com parlamentares que acompanharam as negociações, Haddad também cedeu após reclamações de ministros de outras pastas, ligadas a áreas de turismo e eventos, que não teriam sido consultados quando o ministro da Fazenda decidiu acabar com o benefício.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter