ENERGIA

Lula sobe o tom contra privatização da Eletrobras: "Uma coisa de lesa pátria"

Presidente participa de cerimônia de Lançamento do Programa Escolas de Tempo Integral

Lula na solenidade de lançamento do Programa Escolas de Tempo IntegralLula na solenidade de lançamento do Programa Escolas de Tempo Integral - Foto: reprodução/vídeo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a privatização da Eletrobras nesta sexta-feira (12) e chamou trechos do contrato de "lesa pátria". Lula afirmou ainda que não se pode aceitar as condições impostas pela privatização e que é preciso denunciar.

É uma coisa de lesa pátria, uma coisa que a gente não pode aceitar sem denunciar.

O presidente tem criticado intensamente o poder de decisão do governo no Conselho de Administração. Hoje, o governo tem mais de 40% do capital total da estatal, considerando participações indiretas. Mas o poder de voto é limitado a 10%.

Nessa quinta-feira, chegou a chamar a condição de "sacanagem", afirmou que ia "brigar muito" e ressaltou que vai "readquirir o direito de termos importância política" na Eletrobras.

O governo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para ampliar seu poder de decisão no Conselho de Administração da Eletrobras, empresa de geração e distribuição de energia, privatizada no ano passado ainda na gestão de Jair Bolsonaro.

Hoje, qualquer acionista da Eletrobras tem o poder de voto limitado a 10%, independentemente do tamanho de sua fatia no capital total. O modelo escolhido é uma forma de prevenir a formação de blocos de controle e garantir a manutenção da Eletrobras como uma corporation, como o mercado chama empresas de capital majoritário pulverizado, sem controle.

Lula deu as declarações durante cerimônia de Lançamento do Programa Escolas de Tempo Integral, no Ceará. O presidente estava acompanhado pelos ministros Camilo Santana (Educação), Jader Filho (Cidades), e pela primeira dama, Janja da Silva.

O programa vai ampliar em 1 milhão o número de matrículas para ensino em tempo integral nas escolas de educação básica do país. Ao todo, o programa vai custar R$ 4 bilhões para a União.

O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que a oferta de educação em tempo integral deve estar presente em, no mínimo, 50% das escolas públicas do país, e atender pelo menos 25% dos estudantes da educação básica. O governo tenta cumprir essa meta com o programa. A ideia do MEC é alcançar 1 milhão de estudantes com as novas matrículas.

Na segunda etapa do programa, que ainda não teve data divulgada, o governo quer implementar ações, entre outras, para a formação de educadores, proteção social e melhoria de infraestrutura.

Mais tarde, Lula lançará um programa para a retomada de 3.500 obras paralisadas ou inacabadas, o que vai custar R$ 4 bilhões para o governo ao longo dos próximos quatro anos.

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