Lula sobre privatizações: "Não vamos vender a cama para dormir no chão"
Presidente também afirmou que não é preciso "diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso contrário às privatizações durante a abertura do Brasil Investment Forum, evento de atração de investimentos. Em sua fala, Lula citou suas próximas agendas internacionais, que inclui um encontro com empresários na Alemanha, e afirmou que "não vai vender a cama para dormir no chão".
O presidente afirmou ainda que não vai vender ativos públicos, mas fazer com que se torne competitivo e compartilhe relação com a iniciativa privada.
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— Em todos esses encontros a gente vai levar projetos que o Brasil tem, cosias que estão em funcionamento, que queremos compartilhar com empresários brasileiros e estrangeiros. Eu quero que vocês saibam que no nosso governo a gente não vai tentar vender a cama para dormir no chão. A gente não vai vender ativos públicos, vamos fazer com que se torne tão competitivo e compartilhe relação com iniciativa privada para que a gente possa melhorar
Em outro momento, Lula afirmou que não é preciso "diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada". O presidente afirmou ainda que o Estado pode se colocar como "indutor do desenvolvimento" e fazer "investimentos sadios".
— Quero que vocês aprendam que a gente não precisa diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada. É importante a gente saber que o Estado, se ele não se meter a ser empresário, mas ele se colocar como indutor do desenvolvimento de um país, a gente pode ter o Estado fazendo investimento sadio para que a gente possa crescer
As declarações de Lula ocorrem em meio a crise provocada pelo apagão em São Paulo que deixou 1,1 milhão de imóveis sem energia elétrica em São Paulo desde sexta-feira. A falta de energia virou munição contra a privatização da estatal paulista de saneamento básico (Sabesp), um dos principais projetos da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), cuja votação deve ocorrer ainda este ano na Assembleia Legislativa estadual (Alesp).
Nas redes sociais, deputados contrários à desestatização, e até pré-candidatos à eleição municipal de 2024 e um ministro do governo Lula, citaram a resposta lenta da Enel à crise de energia para justificar a necessidade de manter serviços essenciais, como água e luz, sob controle público.