BRASIL

Lula vai à posse de Mercadante no BNDES: veja quem é o novo chefe do banco e seus desafios

Economista que foi ministro do governo de Dilma Rousseff e coordenador do programa de governo de Lula será agora o responsável pela oferta de crédito para setor produtivo

Aloizio MercadanteAloizio Mercadante - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega no Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira (6) para acompanhar a posse do novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Aloizio Mercadante. A cerimônia deve acontecer a partir das 10h na sede da instituição, no Centro da cidade.

Mercadante foi aprovado por unanimidade pelo conselho do banco para comandar a instituição. Logo que seu nome foi apresentado, porém, houve dúvidas sobre se sua participação na campanha de Lula o impediria de assumir o cargo por causa de restrições da Lei das Estatais.

O Tribunal de Contas da União (TCU), no entanto, declarou não haver impedimento na legislação. Na avaliação do TCU, a participação de Mercadante “teve natureza meramente intelectual” e não foi remunerada, o que não caracterizaria impedimento para assumir a função.

Economista ligado à escola econômica desenvolvimentista predominante na Universidade de Campinas (Unicamp), Mercadante já foi deputado e senador pelo PT de São Paulo e ministro de três diferentes pastas no governo de Dilma Rousseff. Aliado de longa data de Lula, ele agora assume o BNDES com alguns desafios pela frente.
 

O principal deles vem do anúncio feito pelo presidente Lula sobre a volta do financiamentos por meio do BNDES para serviços de engenharia no exterior. A decisão tem sido alvo de críticas de economistas e de opositores no Congresso. Além do aspecto financeiro, eles avaliam que se trata de uma decisão com viés político, que agrada à base petista, mas que tem potencial de provocar críticas acaloradas de opositores.

Outra missão dada por Lula ao BNDES ainda na campanha eleitoral é aumentar a oferta de crédito em condições favoráveis ao investimento de pequenas e médias empresas. Nas gestões petistas anteriores, o banco ficou marcado pelo controverso apoio a grandes empresas em setores considerados estratégicos, que foi chamado de política de campeões nacionais.

Entre os outros desafios, Mercadante citou a inclusão, principalmente racial, e o financiamento da transição energética em entrevista à colunista do Globo, Míriam Leitão. Outros dois problemas a serem tratados, diz Mercadante, são a aceleração da digitalização das escolas pública e as questões da Amazônia.

O novo presidente do BNDES negou, ainda, a volta de subsídios ao crédito do BNDES via TJLP (taxa de juros de longo prazo), mas diz que será proposta ao Congresso uma mudança para tornar a taxa do banco (atualmente chamada de TLP) mais estável.

Aloizio Mercadante é economista com mestrado em Ciência Econômica e doutorado em Teoria Econômica. Também é professor licenciado de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Na vida política, foi deputado federal por dois mandatos (1991-1995 e 1999-2003). Em 2002, foi eleito o senador com o maior número de votos da história na época, tendo ficado no mandato até 2011.

Ele ainda foi ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (2011-2012), ministro da Educação (2012-2014), ministro de Estado Chefe da Casa Civil (2014-2015) e novamente ministro da Educação (2015- 2016). Ao assumir o Banco, deixa a presidência da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT.

Depois da posse no BNDES, o presidente Lula se encontra ainda com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e com a ministra da Saúde, Nísia Trindade em eventos públicas.

Veja também

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app
trabalhadores

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU
Inteligência Artificial

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU

Newsletter