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Economia

Lula volta a criticar Banco Central: "A gente poderia não ter nem juro"

Lula disse que os agentes econômicos deveriam "aprender" uma nova "lógica" de que investimento não é gasto

Presidente Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Sergio Lima / AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta quinta-feira (19) o Banco Central e a taxa de juros do país. Em encontro no Palácio do Planalto com 106 reitores e representantes de institutos de educação, Lula disse que os agentes econômicos deveriam "aprender" uma nova "lógica" de que investimento não é gasto.

Citou as áreas de saude, educação, e urbanização de favelas para reforçar que o governo dará prioridade a pautas relacionadas a essas áreas.

— A única coisa que não é tida como gasto por essa gente de mercado é o pagamento de juros da dívida, eles acham que isso é investimento. Qual é a explicação de a gente ter um juro de 13,5% hoje? O BC é independente, a gente poderia não ter nem juro. Não é verdade? A inflação está 6,5%, 7,5%. Por que os juros estão 13,5%? — questionou Lula.

O presidente, então, falou sobre a existência de uma "dívida histórica".

— Qual é a lógica? Qual é a lógica da desconfiança que mercado tem de tudo que a gente fará de investimento. Eu não veja essa gente falar uma vez de dívida social. Nós temos uma dívida social de 500 anos com esse povo.

Na quarta-feira (18), em entrevista à GloboNews, Lula já havia criticado o BC a autonomia do Banco Central. Ele classificou como “uma bobagem” o sistema em que o chefe da autoridade monetária cumpre mandato – esse é o primeiro governo em que o presidente da república não indicou ninguém para o cargo.

Lula questionou ainda a serventia de uma "independência" se a inflação e taxa de juros estavam elevadas. Nas duas ocasiões, em nenhum momento Lula mencionou o nome de Roberto Campos Neto, presidente do BC que estará à frente do cargo até o fim de 2024.

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