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Mais rápido que o som: avião supersônico da Nasa é projetado para voar a 1.852 km/h

X-59, lançamento da Lockheed Martin, fará primeiro voo de teste nesta sexta-feira. Projeto custará R$ 3 bilhões em oito anos

X-59 Quest nos últimos preparativos para voar X-59 Quest nos últimos preparativos para voar  - Foto: Divulgação/Lockheed Martin

A fabricante Lockheed Martin e a NASA planejam dar ao público uma prévia de um avião que pode abrir caminho para que as companhias aéreas acelerem drasticamente os voos. Na tarde desta sexta-feira, será apresentado o X-59 em Palmdale, na Califórnia.

A aeronave foi projetada para voar mais rápido que a velocidade do som (cerca de 1.235 km/h) com muito menos barulho.

Nos EUA, voos estão suspensos há 50 anos
Quando os aviões quebram a barreira do som – o que é chamado de Mach 1 – é criado um ruído sônico alto e contínuo que pode até quebrar janelas na terra. Em 1973, os EUA proibiram aeronaves civis de atingir essa velocidade na terra.

A Lockheed Martin ganhou um contrato em 2018 avaliado em cerca de US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) para construir um avião de demonstração, com espaço para um piloto e movido pelo motor F414 da General Electric, para ajudar a superar esse obstáculo.

Nariz alongado para abafar ruído sônico
A aeronave foi projetada para atingir 1,5 vezes a velocidade do som - ou seja, 1.852 km/h -, enquanto reduz o ruído sônico a um baque fraco com sua asa em forma de "V" e nariz alongado.

A empresa esperava originalmente voar o X-59 em 2021. O projeto geral, incluindo testes, custará cerca de US$ 632 milhões (R$ 3 bilhões) em oito anos, disse a NASA.

Se o X-59 for bem sucedido e depois aplicado à aviação comercial, os tempos de voo poderão ser drasticamente reduzidos.

A Lockheed disse que atingirá velocidades de 925 mph (cerca de 1.488 km/h), superando os atuais jatos de passageiros de corredor único, que atingem cerca de 550 mph (885 km/h).

Concorde parou de voar em 2003
Mas, além de superar o boom sônico, a indústria teria que lidar com regulamentações de ruído mais rigorosas nos aeroportos do que quando o Concorde, construído na Europa, deixou de realizar voos supersônicos em 2003.

Hoje em dia, há também um escrutínio mais rigoroso sobre o impacto das emissões das aeronaves no ambiente.

O avião ainda não está pronto para voar e passará por mais testes de solo para determinar se são necessários mais ajustes em sua montagem, de acordo com o engenheiro da NASA Mark Mangelsdorf em resposta por e-mail a perguntas.

Voo teste ainda este ano
Espera-se que o X-59 faça seu primeiro voo este ano, mas ainda não há data definida. O plano é que a aeronave de pesquisa sobrevoe regiões que ainda serão selecionadas para medir se o nível de ruído no solo é baixo o suficiente para ser aceito pelo público.

A Aerion, uma startup apoiada pelo bilionário Robert Bass, tentou construir um jato executivo que cruzasse o oceano a 1,4 vezes a velocidade do som e acelerasse abaixo da barreira sobre a terra. A empresa fechou em 2021 por falta de financiamento.

A Boom Technology planeja construir um avião supersônico e tem atraído o interesse da American Airlines Group e da United Airlines.

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