Manifestações paralisam Haiti após suspensão de subsídios a combustíveis
No domingo, o primeiro-ministro Ariel Henry anunciou que os preços dos combustíveis deveriam subir
Várias cidades haitianas ficaram paralisadas nesta quarta-feira (14) por manifestações desencadeadas pela decisão do governo de suspender os subsídios aos combustíveis, em um país onde a gasolina é tão escassa quanto essencial.
As principais estradas foram bloqueadas, o transporte público paralisado e muitas empresas ou instituições públicas fecharam suas portas, enquanto alguns comércios foram atacadas por manifestantes.
No domingo, o primeiro-ministro Ariel Henry anunciou que os preços dos combustíveis deveriam subir, já que o Estado não tinha fundos para dar continuidade aos subsídios.
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O anúncio desencadeou a ira de uma população já atingida pela insegurança e pobreza, e que depende não só de combustível para transporte, mas também para ter eletricidade e cozinhar.
No entanto, os protestos se intensificaram nesta quarta-feira, quando o governo formalizou a suspensão dos subsídios ao diesel e ao combustível doméstico, ao mesmo tempo em que reduziu os da gasolina.
Os preços do diesel e do querosene passarão de cerca de 350 gourdes (moeda haitiana, cerca de US$ 3) para cerca de 670 gourdes (cerca de US$ 5,70).
Neste verão, uma dupla escassez de gasolina e energia elétrica já havia paralisado várias cidades.
Diante desta escassez, os habitantes da ilha são obrigados a recorrer ao mercado negro, onde a gasolina e o diesel estão facilmente disponíveis mas a preços seis vezes superiores ao estabelecido pelo governo.
O Haiti, um país no qual as gangues têm ampliado cada vez mais seu domínio, está mergulhado em uma profunda crise econômica e política há anos.