Mar Vermelho: Custo do transporte marítimo dispara com caos provocado por ataques
Região é uma importante rota por onde circulam entre 12% e 15% do comércio mundial
O custo do transporte de contêineres da Ásia para a Europa aumentou pela sétima semana consecutiva, em meio a ataques no Mar Vermelho que forçam navios a percorrerem uma rota mais longa ao redor do sul da África.
A taxa spot para transportar um contêiner de 40 pés (12 metros) de comprimento de Xangai a Gênova, no Mediterrâneo, saltou mais de US$ 1 mil (R$ 4.948), para US$ 6.282 (R$ 31 mil), de acordo com o Drewry World Container Index divulgado nesta quinta-feira. As sete semanas de alta representam a sequência mais longa desde a pandemia em 2021.
O frete de Xangai para Roterdã aumentou 12%, para US$ 4.951 (R$ 24.499), o valor mais alto desde setembro de 2022.
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Os desvios marítimos também afetam o transporte de mercadorias asiáticas para os EUA. Entre as rotas comerciais leste-oeste, o maior aumento semanal em termos percentuais foi de Xangai para Los Angeles, que subiu 38%, para US$ 3.860 (R$ 19.100).
Os ataques dos Houthis a região próxima ao Mar Vermelho vem prejudicando uma importante rota de navegação que passa pelo Canal de Suez. Pela região, circulam entre 12% e 15% do comércio mundial.
O aumento do frete acontece, pois o conflito obrigou algumas companhias marítimas a mudarem a rota das embarcações. Para evitar a passagem pelo estratégico Golfo de Aden, os navios contornam o continente africano.
A Volvo e a Tesla, por exemplo, anunciaram a paralisação da produção em suas fábricas na Europa, em uma resposta aos ataques a navios no Mar Vermelho que interromperam a cadeia de abastecimento das empresas. Alguns proprietários de petroleiros também pararam de enviar seus navios através do sul do Mar Vermelho.
O grupo rebelde Houthi controla partes do território do Iêmen e faz parte do “eixo de resistência”, um grupo de movimentos armados hostis a Israel e apoiados pelo Irã que inclui também o Hamas e o Hezbollah. O grupo vem disparando misseis em navios que passam pelo mar vermelho e prometeram não parar até que Israel termine seu ataque a Gaza.