Marinho defende bolsas para manter jovens na escola e ampliar oportunidades no mercado de trabalho
Ao participar de evento na Firjan, ele propôs mudanças no uso dos recursos do FAT e fez críticas à reforma trabalhista
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, propôs nesta quinta-feira (25) a criação de benefícios para estimular a permanência de jovens de baixa renda na escola, utilizando recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Após participar de um evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o ministro fez críticas ao atual modelo do FAT:
— Parte do FAT hoje está financiando a previdência. Eu acho um equívoco. Ele tem que estar destinado exclusivamente para a proteção ao trabalho, ao seguro desemprego e a qualificação da educação — disse Marinho no encerramento do evento, ao lado do presidente e do vice-presidente da Firjan, Eduardo Eugênio e Luiz Césio Caetano.
O ministro sugeriu que seja aberto um debate sobre a destinação dos recursos do FAT, e disse ainda que a sociedade deve discutir a construção de uma espécie de colchão de proteção para a juventude para facilitar o seu ingresso no mercado de trabalho:
— Talvez devamos falar em bolsa para juventude de baixa renda, para garantir a não evasão escolar e igualar as oportunidades. Temos que debater e estou disposto a fazer esse debate internamente no governo e com os setores.
Marinho participou de um seminário sobre perspectivas para o futuro do trabalho na Firjan nesta quinta-feira. O evento contou com a participação de Otávio Calvet, juiz titular da 11ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, e representantes das empresas Energisa, Wilson Sons, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Construtora Tenda, Grupo Soma e Grupo Boticário.
Ele fez críticas a parte dos efeitos trazidos pela reforma trabalhista, feita no governo de Michel Temer (MDB) nesta quinta-feira. Segundo Marinho, a reforma trouxe mecanismos que trouxeram insegurança jurídica. Ele destacou o enfraquecimento dos sindicatos nas negociações coletivas e disse que é preciso revisitar a lei:
— Essa liberdade do indivíduo negociar com um empregador que nem conhece não me parece factível — disse ele, ao destacar os impactos que as tecnologias trouxeram para os trabalhadores de aplicativos.
Segundo Marinho, a negociação coletiva não pode ser limitada, mas ao mesmo tempo não pode ter amarras ao que chamou de “armadilha que prejudica o indivíduo”.
Para o ministro, os novos desafios trazidos pelo mundo do trabalho necessitam que haja diálogo entre as para o encontro de soluções criativas que respeitem a normativa legal. Marinho frisou ainda que é preciso trazer segurança jurídica para ambas as partes, “e não só para um lado”.