Mediana de Selic no fim do ciclo de aperto sobe de 14,25% para 15%, aponta Focus
As medianas indicam que a taxa básica de juros permaneceria nesse nível até novembro de 2025, quando o BC promoveria o primeiro corte, de 0,25 ponto, para 14,75%
A mediana do Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o relatório Focus, para a taxa Selic no fim do ciclo de aperto monetário subiu 0,75 ponto porcentual, de 14,25% para 15%. Com isso, o consenso dos economistas é que os juros terão de subir ao nível mais alto desde 1º de junho de 2006, quando estavam em 15,25%.
A trajetória esperada pelo mercado conta com duas altas de 1 ponto porcentual nos juros, em janeiro e março, até 14,25%, conforme o forward guidance deixado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na decisão de dezembro. Depois, os economistas esperam mais uma alta de 0,50 ponto em maio, a 14,75%, e um último ajuste de 0,25 ponto em junho, a 15%.
As medianas indicam que a taxa básica de juros permaneceria nesse nível até novembro de 2025, quando o BC promoveria o primeiro corte, de 0,25 ponto, para 14,75%. Depois, a Selic encerraria o ano que vem neste nível.
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Inflação
Mesmo com a alta de 0,75 ponto porcentual na projeção de taxa Selic terminal, o mercado voltou a aumentar as suas expectativas de inflação. A mediana para o IPCA acumulado em quatro trimestres até o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária, saltou de 4,16% para 4,32%, tomando como base as medianas para a inflação trimestral no Focus.
A alta de 0,16 ponto porcentual na expectativa ocorreu após uma trégua na desancoragem, que havia sido observada na última divulgação do Focus. Agora, a mediana do mercado está 0,32 ponto porcentual acima da projeção do BC para o IPCA no horizonte relevante, que é de 4%.
O mercado espera que o IPCA acumulado em 12 meses atinja 5,18% no fim do terceiro trimestre de 2025 e caia progressivamente a 4,84% no fim do ano que vem, a 4,47% no primeiro trimestre de 2026 e a 4,17% no terceiro. Todas as projeções são superiores à do BC, que esperava taxas de 5,1%, 4,5%, 4,2% e 3,8% nesses períodos, respectivamente, conforme o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI).