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Mensalidades escolares sobem mais de 10% e pressionam a inflação em fevereiro

IPCA-15, índice considerado prévia da inflação, sobe 0,76% em fevereiro

ConsumidoresConsumidores - Foto: Jose Britto/Folha de Pernambuco

Puxado pelo reajustes do grupo Educação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado prévia da inflação, avançou 0,76% em fevereiro. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio ligeiramente acima do projetado. Analistas projetavam alta de 0,72% do indicador no mês.

As principais pressões vieram dos grupos de Educação e Habitação. Os preços subiram 6,41% e 0,63%, respectivamente.

Com o resultado, o índice de prévia da inflação acumula alta de 5,63% em 12 meses, abaixo dos 5,87% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Pós-pandemia, reajustes escolares pesam no bolso
À exceção do setor de vestuário, cujos preços recuaram 0,05% em fevereiro, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE ficaram mais caros. Os principais destaques foram os itens do grupo Educação, que subiram, em média, 6,41%. O segmento registrou a maior variação mensal e o maior impacto no índice: contribuiu com 0,36 ponto percentual do total mensal.

A alta nessa atividade é explicada pelos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, que incidem com mais fôlego neste período pós-pandemia. Isso porque, durante a crise sanitária, instituições de ensino congelaram reajustes. O custo dos cursos regulares subiram de forma expressiva: preços do ensino médio tiveram alta de 10,29%; ensino fundamental, 10,04%; pré-escola, 9,58%; e creche, 7,28%. Também ficaram mais caros os cursos de ensino superior, curso técnico e pós-graduação, com altas entre 3% e 5%.

O aumento dos preços vinculados à Habitação também pressionaram o índice. O grupo registrou alta de 0,63%, influenciado pelas altas em aluguel residencial e condomínio. A taxa de água e esgoto também registrou alta em fevereiro, consequência dos reajustes aplicados em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador.

Transporte público mais caro
Em seguida aparece o segmento de Alimentação e bebidas, cujos preços subiram 0,39%, o que representa uma desaceleração após a alta de 0,55% em janeiro. Na alimentação no domicílio, ficaram mais caros a cenoura, as hortaliças e verduras, o leite longa vida, o arroz e as frutas. A cenoura teve o aumento mais expressivo: subiu 24%. Os demais, subiram entre 2% e 8%. No lado das quedas, houve redução nos preços da cebola (-19,11%), do tomate (-4,56%), do frango em pedaços (-1,98%) e das carnes (-0,87%).

Os preços do grupo Transportes, por sua vez, desaceleram. Passou de uma alta de 0,17% em janeiro para 0,08% em fevereiro. A principal razão foi a queda de 9,45% nos preços das passagens aéreas. Todos os combustíveis também registraram queda de preço em fevereiro.

Pesa ao longo deste ano, por outro lado, o emplacamento e licença, que incorporou a fração mensal referente ao IPVA de 2023. Os reajustes nas tarifas dos ônibus urbanos e trens também pressionam o indicador. No Rio, foram observados reajustes de 6,17% nas passagens de ônibus, vigente desde 7 de janeiro, e de 3,40% nas passagens de trem, a partir de 9 de fevereiro. Também chama a atenção o reajuste de 16% dos táxis em Salvador, em vigor desde 30 de dezembro, e de 8% no Rio, a partir de 1º de janeiro.

Inflação acima da meta
O resultado segue acima do teto da meta de inflação estabelecida para o ano de 2023. Atualmente, a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%, com um limite de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja, o teto da meta de inflação é de 4,75%.

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