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Mercado corta previsão da Selic para 2023 pela primeira vez em um ano e meio

Segundo boletim Focus, taxa básica de juros cairá para 12,5% até dezembro, mesmo com revisão de alta da inflação para este e o próximo ano

Banco CentralBanco Central - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Analistas de mercado reduziram suas previsões para a taxa básica de juros, a Selic, para o fim de 2023 pela primeira vez em um ano e meio, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva finaliza os detalhes da proposta de arcabouço fiscal, que visa a ajudar a controlar o crescimento da dívida pública.

A Selic cairá para 12,5% até dezembro deste ano, abaixo da estimativa anterior de 12,75%, segundo o boletim Focus, relatório semanal divulgado pelo Banco Central (BC) com previsões de analistas. Esta foi a primeira redução para 2023 desde outubro de 2021. Já as previsões da taxa para 2024 e 2025 continuaram em 10% e 9%, respectivamente.

Analistas agora veem um ciclo de flexibilização a partir de setembro com uma redução de 0,25 ponto percentual, seguida por cortes de 0,5 ponto percentual em cada uma das duas reuniões do Copom subsequentes, de acordo com o Banco Central.

As autoridades monetárias lideradas por Roberto Campos Neto mantiveram a Selic inalterada em 13,75% desde setembro, sem qualquer sinal de que estão discutindo cortes na taxa básica de juros. A inflação anual desacelerou pelo nono mês consecutivo para 4,65% em março, mas a leitura do núcleo, que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, está avançando rapidamente.

Novo arcabouço fiscal
Por isso, mesmo com a desaceleração do índice de preços, os analistas revisaram para cima suas previsões de inflação: de 5,98% para 6,01% este ano e de 4,14% para 4,18% no ano que vem. Já para 2025, a estimativa permaneceu em 4%. Economistas esperam que os aumentos de preços ao consumidor ultrapassem as metas do banco central até 2025. Em março, a inflação desacelerou para 0,71% , apesar da volta de impostos sobre combustíveis.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o encarregado de traçar um novo arcabouço de gastos públicos, inicialmente bem recebido pelos investidores. O plano estabelece metas para superávits orçamentários antes do pagamento de juros e deve ser entregue ao Congresso ainda nesta segunda-feira.

Haddad já fez uma apresentação das linhas gerais do texto no dia 30 de março. Desde então, foram feitos ajustes na proposta, para eliminar risco de aumento excessivo de gastos e definir o que fazer em caso de superávit melhor que o esperado nas contas públicas.

Campos Neto elogiou publicamente o plano do governo, qualificando-o de "superpositivo", pois garante uma trajetória controlada da dívida do país. Ainda assim, ele alertou que não há "relação mecânica" para cortes de juros.

Ao mesmo tempo, os principais analistas questionaram as estimativas do plano para o crescimento da receita em meio à atividade lenta, queda nos preços das commodities e altos custos de empréstimos.

Também nesta segunda-feira foi divulgado o IBC-Br de janeiro, primeiro mês do governo Lula, que mostrou estabilidade. O índice, elaborado pelo BC, é uma espécie de prévia do PIB (soma de bens e serviços produzidos no país), divulgado pelo IBGE.

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