Mercado eleva previsão de PIB para este ano, mas reduz para 2023
Projeções estão sendo impactadas pela PEC Eleitoral e a redução dos impostos sobre combustíveis e energia
A projeção de bancos e corretoras para o PIB deste ano subiu pela nona semana seguida, de 2,02% para 2,10%, enquanto a previsão para 2023 caiu de 0,39% para 0,37%, de acordo com o relatório Focus publicado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (29).
As expectativas estão sendo continuamente reajustadas para calcular o impacto do estímulo fiscal da PEC Eleitoral de R$ 41,2 bilhões na economia.
Enquanto o aumento do consumo esperado pela elevação do Auxílio Brasil de R$ 600 estimula o crescimento neste ano, os efeitos negativos com a incerteza fiscal devem ser duradouros e até rebaixar o crescimento no futuro, apontaram especialistas ouvidos pelo GLOBO.
Já as expectativas de inflação caíram tanto para este ano quanto para o próximo. Para 2022, a atual projeção é de 6,70%, menos que os 6,82% da semana passada e os 7,15% de quatro semanas atrás.
Para 2023, a inflação deve ficar em 5,30%, um patamar um pouco menor dos 5,33% de semana passada, mas ainda estourando a meta de inflação de 3,25% com teto de 4,75% e piso de 1,75%.
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As projeções para inflação vem caindo por conta de medidas do governo, como redução de impostos e o teto de ICMS para combustíveis e energia elétrica.
O IPCA-15, considerado uma prévia do inflação, registrou deflação de 0,73% em agosto justamente puxado pelos preços de combustíveis e energia elétrica.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou na semana passada que o país deve ter três meses de inflação em julho, agosto e setembro, mas que não se pode comemorar ainda porque há riscos. Ele apontou, por exemplo, o setor de serviços.
As expectativas de mercado para a taxa básica de juros, a Selic, continuam estáveis. Há 10 semanas, o mercado projeta que a taxa termine 2022 em 13,75%, patamar que está atualmente, mesmo com a sinalização do BC de que poderia fazer uma elevação adicional para 14%. Para 2023, a projeção para a Selic é a mesma há quatro semanas: 11%.