Mercado piora projeções e estima inflação de 9,17% neste ano e PIB de 1,2% em 2022
Essa é a trigésima semana de elevação na previsão da inflação no boletim Focus, do Banco Central, o primeiro a ser divulgado após a elevação da Selic
Após a elevação da taxa básica de juros, o mercado piorou as projeções para a inflação e crescimento da economia brasileira, indica o boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta semana. A expectativa é de que a inflação, medida pelo IPCA, feche 2021 em 9,17% – há um mês, a estimativa era de 8,51%.
Essa é a trigésima semana consecutiva em que o mercado projeta elevação da inflação. Na última semana, o BC elevou a Selic em 1,5 ponto percentual, chegando a 7,75% e com sinalização para uma elevação na mesma magnitude na próxima reunião do Copom. Para 2022, o mercado projeta inflação em 4,55%.
As perspectivas de crescimento da economia também se deterioraram. Para 2022, a projeção de crescimento do PIB caiu para 1,20%, ante 1,40% na última semana – já são quatro semanas de queda. Em 2021, a estimativa para o crescimento da economica é de 4,94%.
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A piora desses indicadores reflete a percepção do aumento do risco fiscal e o aperto da política monetária que está elevando os juros para conter a inflação. Esse movimento já havia intensificado após o governo decidir pagar parte do Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família a partir desse mês, fora do teto de gastos.
A "licença para gastar" que o governo deseja obter com a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos precatórios, que modifica as regras para o pagamento das dívidas da União reconhecidas pela justiça e altera o teto de gastos, acaba pressionando mais o BC a elevar os juros. O mercado também já prevê um período mais longo com os juros mais altos.
Para 2021, a projeção é de que a Selic feche em 9,25%, exatamente o 1,5 p.p. que o BC já sinalizou que deve subir na próxima reunião do Copom. Já para o ano que vem, a previsão é de Selic em 10,25%.