Mercado reduz projeção de inflação de 2022 para 6,61%
Expectativa de crescimento para este ano aumenta e para 2023 se aproxima de 0,5%
Os analistas de bancos e corretoras reduziram suas projeções para a inflação deste ano de 6,70% para 6,61%, mostrou o relatório Focus publicado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira. Essa é a 10º semana seguida de queda nos números.
Nesse patamar, o índice ainda estouraria a meta de inflação de 3,5% para este ano, mesmo com o intervalo de tolerância que tem teto de 5% e piso de 2%.
As projeções para inflação vem caindo por conta de medidas como redução de impostos e o teto de ICMS para combustíveis e energia elétrica.
O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, registrou deflação de 0,73% em agosto justamente puxada pelos preços de combustíveis e energia elétrica.
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Mais PIB para 2022
As previsões para o PIB de 2022 subiram também pela 10ª semana. A expectativa chegou a 2,26% e era de 2,10% na semana passada e 1,98% um mês atrás.
As expectativas do mercado estão sendo continuamente ajustadas por conta do impacto da PEC Eleitoral, que injetou R$ 41,2 bilhões na economia, por meio do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 até o fim do ano e outras medidas.
Enquanto o aumento do consumo esperado pela elevação do Auxílio Brasil estimula o crescimento neste ano, os efeitos negativos com a incerteza fiscal devem ser duradouros e até rebaixar o crescimento no futuro, apontaram especialistas ouvidos pelo Globo.
A projeção para o PIB em 2023 subiu depois de duas semanas em baixas e está em 0,47%. Há quatro semanas era 0,37%.
A inflação em 2023 deve ficar em 5,27%, segundo o Focus. O número é menor do que os 5,36% há um mês, mas ainda supera a meta de inflação de 3,25% no ano que vem, considerando o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Juros
A expectativa de 2022 para a taxa básica de juros, a Selic, ferramenta do Banco Central para controlar a inflação continua estável há 11 semanas em 13,75% ao final do ano. Esse é o patamar atual e o BC deixou aberta a possibilidade de uma última alta para 14% na reunião de setembro.
Para 2023, a expectativa subiu de 11% para 11,25%. O mercado espera que o BC precisará manter juros um pouco mais altos para controlar a inflação no ano que vem.