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Economia

Mercados apostam na eleição de Hillary

Bolsas de todo o mundo subiram após divulgação das pesquisas mostrando a vantagem da democrata

Luciana Santos, deputada FederalLuciana Santos, deputada Federal - Foto: Arthur de Souza/ Folha de Pernambuco

 

Os norte-americanos vão às urnas hoje para escolher o presidente da nação pelos próximos quatro anos. Mas a decisão do pleito não vai interferir apenas nos Estados Unidos (EUA). Afinal, o candidato eleito terá em mãos uma das maiores potências econômicas e militares do mundo; podendo, portanto, influenciar o futuro de diversos países, sobretudo os emergentes, como o Brasil.

Por isso, o mercado financeiro está de olho na eleição norte-americana e já mostra suas preferências. As bolsas de todo o mundo subiram ontem com as pesquisas de boca de urna mostrando a democrata Hillary Clinton na frente do republicano Donald Trump. No Brasil, por exemplo, o Ibovespa subiu quase 4% e o dólar fechou em baixa de 0,8%, a R$ 3,20.

Especialistas explicam que Trump tem causado incertezas aos investidores de todo o mundo pelas declarações polêmicas, que exultam o machismo e o racismo, e também pela visão político-econômica. Ao contrário do que historicamente representa o partido republicano, Trump pretende aplicar uma política protecionista, reduzindo a participação do mercado norte-americano no comércio internacional.

 E isso pode trazer grandes prejuízos para o Brasil. “Os Estados Unidos são um dos maiores importadores da indústria brasileira. E os investimentos americanos estão entre os mais importantes das nossas empresas. Por isso, a promessa de Trump de fechar os EUA para o comércio internacional pode impactar nas importações e na economia brasileira”, esclarece o professor de Relações Internacionais do FMU, Manuel Furriel.

Por outro lado, Hillary representa a continuidade e até o fortalecimento do plano de governo de Barack Obama, que vem trazendo bons frutos para o Brasil. “Hillary conhece muito bem o Brasil e a política externa, além de ter valores mais abertos.

Por isso, com ela, podemos fechar bons acordos comerciais. Abre-se a possibilidade tanto para aumentar o comércio entre os dois países, quanto de trazer mais investidores americanos para o Brasil”, acredita Furriel, dizendo que esses investimentos são possíveis mesmo com a economia brasileira ainda em recuperação já que o País está em busca de parceiros estrangeiros para o programa de concessões e privatizações anunciado pelo Governo Temer.

A democrata ainda tranquiliza o restante do mercado financeiro por não tomar posições tão polêmicas quanto às de Trump. “Existe uma incerteza muito grande do que seria Trump no governo americano. O republicano não tem nem o apoio do próprio partido, mas ainda assim poderia fazer muitas coisas. Os acordos comerciais, por exemplo, são prerrogativa do presidente americano, então ele pode afetar a balança comercial”, afirma o economista da XP Investimentos, Beny Podlubny.

Ele diz ainda que, caso os investidores não aprovem o resultado as urnas, pode haver uma fuga dos investimentos. “Os investidores iriam buscar ativos de menor risco, o que desencadearia uma redução de investimentos no mundo todo”, alerta.

 

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