Meta de inflação a 2% nos EUA é "um caminho cheio de obstáculos", diz presidente do Fed
O indicador preferido desta instituição financeira para monitorar os preços, o PCE, foi de 2,5% em janeiro
O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, alertou nesta sexta-feira (7) que a meta de inflação de 2% fixada pelas autoridades "é um caminho cheio de obstáculos".
O indicador preferido desta instituição financeira para monitorar os preços, o PCE, foi de 2,5% em janeiro.
Powell indicou que há uma grande incerteza em relação às políticas econômicas do presidente Donald Trump e seus efeitos, mas defendeu que o Fed não precisa se apressar para ajustar as taxas de juros.
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"É o efeito líquido destas mudanças de política que será importante para a economia e para o rumo da política monetária", disse em um fórum em Nova York.
"O novo governo está implementando reformas políticas significativas em quatro áreas: comércio, imigração, política fiscal e regulamentação", observou o presidente do banco central.
Com relação às tarifas alfandegárias, "ainda há muita incerteza sobre quais produtos serão tributados, por quanto tempo e em que medida", enfatizou.
A política tarifária de Trump, composta por anúncios estrondosos, adiamentos sobre determinados produtos, limitações em certas origens, gerou agitação nos mercados financeiros e nas empresas, enquanto o aumento dos preços para os consumidores se aproxima.
Referindo-se à política monetária e, portanto, ao estabelecimento dos tipos de juros pelo Fed que orientam o custo do crédito, Powell afirmou que "não há necessidade de pressa".
"Estamos bem posicionados para esperar por mais clareza", declarou.
Esta é a sua forma de comunicar aos mercados financeiros que a instituição provavelmente manterá as taxas em seu nível atual, entre 4,25% e 4,50%, em sua próxima reunião de política monetária, em 19 de março.