Meta passa a permitir que usuários classifiquem gays e trans como ''doentes mentais''; veja outras
Empresa não esclareceu se mudanças, que começam pelos Estados Unidos, irão valer em todos os países
Publicações que associem doenças mentais a identidade de gênero ou orientação sexual vão passar a ser permitidas nas redes sociais da Meta, em inglês, a partir desta terça-feira.
Essa é uma das mudanças feitas pela companhia nas Diretrizes da Comunidade, documento que define conteúdos que são proibidos nas plataformas da companhia, dona do Instagram, Facebook e Threads.
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A atualização apresenta uma nova versão em relação às regras de fevereiro do ano passado e cobrem especialmente assuntos relacionados a imigração e gênero. A política para conteúdo em português não foi alterada. Procurada sobre a extensão dessa mudança para outros países, a Meta não respondeu ao Globo.
As alterações acontecem no mesmo dia em que Mark Zuckerberg, fundador e CEO da empresa, anunciou medidas que mudam as regras da Meta para combater desinformação e ódio.
O fim dos checadores independentes e a flexibilização nos filtros para retirada de postagens são algumas das alterações. Zuckerberg havia indicado no vídeo que iria “eliminar várias restrições em tópicos como imigração e gênero”.
Na nova versão das diretrizes, a empresa afirma que irá permitir “acusações de anormalidade mental relacionadas a gênero ou orientação sexual, especialmente quando discutidas no contexto de debates religiosos ou políticos, como questões de 'transgenderismo' e homossexualidade. Esses debates são considerados amplamente culturais e políticos”.
Na prática, a empresa irá permitir que pessoas transsexuais, gays ou bi sejam associados à transtornos mentais.
A Meta também passou a permitir publicações que associem limitações de gênero para determinadas funções. O texto diz que a empresa irá permitir “conteúdo que defenda limitações de gênero em empregos militares, policiais e de ensino”.
A mesma permissão irá valer para quem alegar limitações baseada na orientação sexual, quando o conteúdo for “baseado em crenças religiosas”.
Na prática, isso significa que os usuários poderão defender que mulheres não têm competência para cumprirem o serviço militar, por exemplo, ou que pessoas trans não podem exercer a profissão de professoras.
A nova política também irá permitir discussões sobre exclusão baseadas em sexo ou gênero em uma variedade maior de contextos (banheiros, escolas específicas, papéis no exército, aplicação da lei ou ensino), ampliando o que antes era restrito apenas a grupos de saúde ou apoio. A empresa diz haverá espaço para esses tipos de discurso, quando as pessoas indicarem “claramente sua intenção”. Onde a intenção não estiver clara, poderemos remover o conteúdo”, afirma.
Outra restrição completamente eliminada da nova política é a que proibia alegações de que determinados grupos (seja por raça, etnia ou gênero) espalhavam o coronavírus. Na prática, será permitido associar os chineses, por exemplo, a disseminação do vírus da Covid-19.
A versão atual da política da Meta ainda proíbe conteúdos considerados graves, como discursos desumanizantes que comparam pessoas a animais ou patógenos e estereótipos prejudiciais ligados à violência, incluindo negação do Holocausto.
mTambém permanecem proibidos insultos relacionados à aparência física, capacidade mental e caráter, além do uso de calúnias que neguem a existência de grupos protegidos ou façam deboche de vítimas de crimes de ódio. Essas práticas são categorizadas como ataques diretos e continuam sendo rigorosamente moderadas.