Microsoft compra 500 mil toneladas de créditos de carbono da Occidental Petroleum
Microsoft e Google, em particular, comprometeram-se a alcançar emissões líquidas zero em todas as suas operações até 2030
A Microsoft concordou nesta terça-feira (9) em uma compra recorde de créditos de carbono da 1PointFive, uma subsidiária da Occidental Petroleum, em um momento em que os gigantes tecnológicos lutam para conciliar seus enormes investimentos em inteligência artificial (IA) com seus objetivos ambientais.
O acordo abrange 500 mil toneladas de créditos de remoção de dióxido de carbono (CDR, sigla em inglês) ao longo de seis anos, conforme comunicado da 1PointFive.
Segundo as duas empresas, esta é a maior compra de créditos CDR já feita com tecnologia de captura direta de carbono do ar (DAC, sigla em inglês).
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A captura direta, que extrai CO2 diretamente da atmosfera, ganhou popularidade recentemente entre empresas de tecnologia que estabeleceram metas ambiciosas para combater as mudanças climáticas.
Microsoft e Google, em particular, comprometeram-se a alcançar emissões líquidas zero em todas as suas operações até 2030.
"A demanda de energia na indústria tecnológica está aumentando e acreditamos que a captura direta do ar é ideal para eliminar as emissões residuais e ajudar a atingir as metas climáticas", disse Michael Avery, CEO da 1PointFive.
DAC é uma das soluções recomendadas pela ONU, mas alguns especialistas temem que ela substitua os esforços necessários para reduzir as emissões na origem.
Amazon e 1PointFive assinaram um acordo semelhante no ano passado para adquirir 250 mil toneladas de créditos de carbono ao longo de dez anos.
Os créditos CDR da Microsoft e da Amazon serão gerados pela Stratos, a primeira planta DAC da 1PointFive, atualmente em construção no Texas.
Eles permitirão que os dois líderes globais em computação em nuvem compensem suas emissões pagando à subsidiária para remover o carbono da atmosfera e armazená-lo no subsolo.
Em 2023, as emissões de gases de efeito estufa do Google atingiram 14,3 milhões de toneladas de CO2, um aumento de 48% em quatro anos. As emissões da Microsoft aumentaram 29% em três anos.
O motivo: o aumento das necessidades energéticas dos centros de dados para treinar e executar modelos de IA generativa (como o ChatGPT), um setor em expansão.
Em setembro passado, a Microsoft já havia firmado um contrato com uma startup da Califórnia, Heirloom Carbon, para a compra de CDR (até 315 mil toneladas de CO2) para ajudar a cumprir suas ambições de emissões zero.
A Agência Internacional de Energia estima que a necessidade anual de captura direta de ar será de 80 milhões de toneladas de CO2 até 2030.