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Brasil

Minério e alívio no dólar e nos juros no Brasil estimulam alta do Ibovespa

O investidor no Brasil está no aguardo do desdobramento de uma reunião extraoficial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Bolsa de valoresBolsa de valores - Foto: Freepik

A valorização de 2,55% do minério de ferro em Dalian, na China, e o alívio nos juros futuros e no dólar, após recentes altas, estimulam ganhos do Ibovespa. A elevação ocorre apesar do sinal positivo moderado das bolsas americanas, que fecharão mais cedo nesta quarta-feira, 3, em razão do feriado de 4 de julho nos Estados Unidos.

O investidor no Brasil está no aguardo do desdobramento de uma reunião extraoficial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta manhã, no Palácio da Alvorada.

"O mercado está esperando para ver o que virá dessa reunião. O fato de terem marcado o encontro, parece que agora o presidente entendeu o motivo da alta do dólar. O presidente diz que sobe por questões especulativas, mas, na verdade, é um movimento populista. Já o Haddad tem uma postura mais sóbria e sensata. Vamos ver o que virá", avalia Raony Rossetti, CEO e fundador da Melver.

 

À tarde, além de Haddad, Lula se reunirá com outros ministros para discutir propostas para ajustar o fiscal e ainda debaterá a alta do dólar, que, segundo o presidente, está ocorrendo por causa de uma "especulação contra o real". Também nesta quarta-feira, o governo lançou o Plano Safra 2024/2025.

Nesta quarta, o dólar à vista cede e chegou a bater mínima a R$ 5,5659, após ter fechado ontem a R$ 5,6648, em leve alta de 0,23%, depois de tocar R$ 5,70. A elevação perdeu força em meio ao exterior e a relatos de consultas às mesas de câmbio pelo Banco Central para possível atuação.

"Ainda há elementos capazes de atenuar as pressões à frente, embora reversão mais substancial dependa de sinais críveis para a agenda fiscal e de evidências de continuidade de operação independente do Banco Central após a transição de comando", avalia em relatório Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, a reunião de Lula mais importante hoje é a da tarde, que envolverá outros ministros como a do Planejamento, Simone Tebet. "O que o governo poderia fazer em relação ao dólar", questiona.

De acordo com Laatus, o desempenho dos ativos no Brasil reflete a expectativa de que poderá haver algum anúncio quanto a corte de despesas. "Tem de trazer algum coisa positiva para o fiscal, que é cortar gastos. Só isso animará o mercado", diz.

A alta ocorre apesar da morosidade das bolsas americanas, que, segundo Laatus, reflete de certa forma que os investidores já estão um pé no feriado de amanhã nos Estados Unidos, dado que hoje os mercados fecham mais cedo.

Nesta quarta, saiu a produção industrial de maio, que mostrou queda ante abril. Segundo economista André Perfeito, a queda de 0,9% na produção industrial em maio em relação a abril (dado revisado em -0,8%) indica um resultado fraco do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre em relação ao período imediatamente anterior. Esse cenário, avalia, tende a ser um dilema para o Banco Central, dado que as expectativas de inflação estão avançando e a curva futura indica alta da Selic à frente.

Após registrar o nível mais alto em 12 meses em maio (55,3 pontos), o índice gerente de compras (PMI) sobre a atividade do setor de serviços do Brasil caiu para 54,8 em junho, de acordo com dados divulgados pela S&P Global.

"Arrefeceu só um pouco, o dado ainda ficou acima de 50. A indústria está se virando. A questão é o dinheiro daqui acaba indo embora por conta dos ruídos no Brasil", diz Rossetti, CEO e fundador da Melver.

Às 11h19 desta quarta, o Ibovespa subia 1,18%, aos 126.263,70 pontos, ante elevação de 1,39%, com máxima aos 126.522,91 pontos Ontem fechou com alta de 0,06%, aos 124.787,08 pontos.

Petrobras PN cedia 0,23%, depois de cair mais e ON avançava 0,90%. Entre as ações do setor de metais, Vale tinha ganhos de 2,22%. De 86 papéis, só nove cediam, com a maior queda de 3,26% (JBS ON). Ações ligadas ao ciclo econômico eram destaque de alta, em meio ao recuo dos juros futuros. Azul PN subia 5,70% e Vamos ON, 5,31%, entre as maiores variações.

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