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Emendas

Ministro da CGU cobra lei que "resolva" falta de transparência em emendas

Vinícius de Carvalho afirma que ausência de informações por parte do legislativo dificulta trabalho do órgão de controle

O ministro relata que, para atender às solicitações do STF, os profissionais da CGU precisaram ir à campo em mais de 40 municípiosO ministro relata que, para atender às solicitações do STF, os profissionais da CGU precisaram ir à campo em mais de 40 municípios - Foto: Agência Senado

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, cobrou nesta segunda-feira maior transparência do Congresso Nacional quanto à liberação de emendas parlamentares e disse que, ao não disponibilizar informações necessárias para fiscalização, o legislativo dificulta o trabalho do órgão de controle.

O ministro concedeu uma entrevista coletiva na tarde de hoje para apresentar mudanças no Portal da Transparência e fazer um balanço das auditorias conduzidas por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nós tivemos dificuldades, no processo de auditoria, de conseguir, em muitas situações, saber onde o recurso foi utilizado nos municípios. Se há um problema de transparência no início do processo, esse problema vai escalando até o final. A gente espera que o Congresso Nacional resolva essa questão e aprove um projeto de lei que de fato viabilize a transparência e a rastreabilidade, que, no fundo, no fundo é uma decisão do Supremo que precisa ser cumprida. E para nós, quanto mais rápido isso acontecer, facilita também nosso trabalho na auditoria ", disse Carvalho.

O ministro relata que, para atender às solicitações do STF, os profissionais da CGU precisaram ir à campo em mais de 40 municípios.

"Fomos a campo em várias localidades, pois, com a ausência de transparência, esse tipo de trabalho fica mais custoso e mais oneroso para a administração pública. Uma auditoria dessas, se tivesse mais transparência, não precisaria que os auditores fossem a campo ", destacou Carvalho.

Uma das três auditorias encaminhadas ao STF na última semana mostrou que sete Organizações Não-Governamentais (ONGs)- de um total de 10 entidades fiscalizadas - beneficiadas com R$ 482,3 milhões em emendas parlamentares, entre 2020 e 2024, não têm sequer capacidade técnica para executar os projetos para os quais receberam os recursos.

Em outra auditoria, a CGU identificou que as transferências especiais, também chamadas de emendas Pix, bancaram micaretas, festas juninas, a reforma de um clube e corridas de carro pelo país.

A falta de transparência na destinação dos recursos,apontada pela CGU, foi um dos motivos que fizeram o ministro Flávio Dino reforçar o bloqueio dos repasses em decisão na semana passada.

Um terceiro relatório do órgão, que analisou 256 obras financiadas pelos parlamentares, constatou ainda que 38,6% delas sequer começaram. Os repasses monitorados pela CGU incluem emendas individuais, de bancada, comissão e de relator, o extinto Orçamento Secreto.

Com os resultados em mãos, Dino intimou a Câmara, o Senado e as demais partes envolvidas no processo a se pronunciarem sobre o conteúdo dos relatórios em até dez dias úteis. Encerrado esse prazo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) terá mais dez dias para apresentar sua posição.

A previsão é de que o Senado e a Câmara dos Deputados devem finalizar a votação do projeto de emendas, que pretende aumentar a rastreabilidade das verbas indicadas por parlamentares, até amanhã.

Os senadores aprovaram o texto-base da proposta na última quarta-feira e devem terminar a análise dos destaques nesta segunda, em sessão semipresencial. Líderes da Câmara afirmam que, se finalizado no Senado, o texto seguirá para o plenário da Casa no dia seguinte.

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