Ministro da Economia e futuro candidato peronista defende acordos em moeda local no Mercosul
Sergio Massa participa de reunião entre ministros da Fazenda da região, durante a 62ª cúpula de presidentes do Mercosul
O ministro da Economia da Argentina e futuro candidato peronista, Sergio Massa, defendeu nesta segunda-feira (3) que os países-membros do Mercosul fechem acordos comerciais em suas moedas locais, como forma de fortalecer o bloco do ponto de vista financeiro e econômico.
A defesa foi feita em reunião que acontece entre os ministros da Fazenda da região, durante a 62ª cúpula de presidentes do Mercosul, em Puerto Iguazú, cidade argentina localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e a própria Argentina.
Como a Argentina é a atual presidente do bloco — posto que será repassado ao Brasil nesta terça —, Massa é quem está comandando a reunião com os ministros da Fazenda dos outros países.
— Para fortalecer o comércio intra-Mercosul, é fundamental consolidar os acordos na moeda local dos países — disse ele, segundo apurou o Valor.
A reunião entre os ministros da Fazenda não conta com a presença, no entanto, de Fernando Haddad, que decidiu permanecer no Brasil por conta de uma série de votações previstas para aconteceram no Congresso Nacional, caso do projeto de reforma tributária e do arcabouço fiscal. Em seu lugar, Haddad mandou a secretaria de Assuntos Internacionais, Tatiana Rosito.
Massa foi anunciado recentemente como candidato unificado do peronismo para eleição presidencial da Argentina, prevista para outubro. Por conta disso, o ministro da Fazenda argentino pode se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça em Puerto Iguazú, onde o presidente brasileiro desembarca para participar do encontro entre chefes de Estado da região.
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A reunião entre os dois ainda não é confirmada oficialmente por nenhum dos lados, mas interlocutores dos dois países reconhecem que existe a possibilidade de os dois terem um encontro reservado.
O anúncio de Massa como candidato único do governo veio depois que outros dois políticos peronistas, o ministro do Interior Eduardo “Wado” de Pedro, aliado da vice-presidente Cristina Kirchner, e o moderado Daniel Scioli, desistiram de disputar a indicação do partido governista nas Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (Paso) de agosto.
Há meses, analistas argentinos vinham reiterando que Massa só se apresentaria como candidato do governo se não tivesse de disputar as primárias com outros pré-candidatos. Nem Cristina nem o presidente Alberto Fernández, que têm altas taxas de rejeição entre os eleitores, pretendiam se apresentar novamente como candidatos.
Como novo homem forte da coalizão peronista governista, Massa terá o desafio de enfrentar nas urnas o ultradireitista Javier Milei — que defende a dolarização total da Argentina e o fechamento do Banco Central.
Na última vez que esteve no Brasil, em maio, o ministro da Economia da Argentina não conseguiu arrancar um acordo para que o BNDES financiasse as exportações brasileiras para o mercado argentino.
Na época, Lula estava inclinado a aceitar o pedido de socorro da Argentina, mas foi convencido do contrário por Haddad. A decisão irritou Massa, que agora desponta como novo nome do peronismo para as eleições.