Ministro da Previdência defende imposto sindical e volta a criticar 'antirreforma' da Previdência
Aos sindicados, o ministro da Previdência Social defendeu o imposto sindical, cuja cobrança deixou de ser obrigatória em 2017
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), voltou a criticar o que chamou de "antirreforma" da Previdência e, apesar de negar qualquer mudança, disse que quer discutir e debater as alterações nas regras. Em evento com representantes das centrais sindicais e de sindicatos comerciários nesta segunda-feira (30), em São Paulo, Lupi ainda saiu em defesa do imposto sindical.
— Não posso fazer decreto, nem memorando, nem portaria para acabar (com a reforma). Queremos discutir, debater. Que democracia é essa em que se nega debater? — disse Lupi, que chamou a reforma de "antirreforma" e "atraso de reforma".
No início do mês, Lupi foi desautorizado publicamente pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, após defender revisão das mudanças aprovadas em 2019. Rui Costa disse, na ocasião, que o governo não estuda nenhuma proposta para alterar a reforma da Previdência.
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Aos sindicados, o ministro da Previdência Social defendeu o imposto sindical, cuja cobrança deixou de ser obrigatória em 2017, e afirmou que não existe sindicalismo forte se não houver recursos para ajudar os sindicalistas.
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— Eu como ministro, vocês se lembram disso, é que fiz a legalização do imposto sindical. Apanhei que nem cigarro na boca de bêbado, mas estou aqui. Por quê? Porque não existe sindicalismo forte sem recursos para ajudar esse sindicalista. Como vai ter protesto se não tem dinheiro para pegar ônibus? — disse o ministro, que foi aplaudido pela plateia.
E ele ainda acrescentou:
— Acabe com o sistema patronal que eu topo acabar com o trabalhador. Por que o patronal tem o sistema S, que é imposto, e o trabalhador não pode ter? Sistema capitalista tem que ser igual para todo mundo — concluiu.
Mais cedo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT-SP), também falou com os representantes das centrais sindicais. O tema principal, no entanto, foi a crise na Americanas. O ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP) se mostrou preocupado com a preservação dos empregos da varejista e disse que o governo ainda não tem uma proposta para enfrentar a crise.