Ministro defende rever contratação de termelétricas prevista na lei da privatização da Eletrobras
Especialistas criticam obrigação de leilões para construir usinas a gás natural
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu, nesta quarta-feira (3), rever a contratação obrigatória de usinas termelétricas a gás natural colocada na lei que autorizou a privatização da Eletrobras.
O tema foi inserido pelo Congresso em 2021 no texto que permitiu a privatização da estatal. Foi uma negociação política para garantir a privatização.
Pelo texto, o governo fica obrigado a fazer leilões para contratar 8 gigawatts (GW) de termelétricas a gás natural em diversas regiões do país, a maior parte delas onde não há a infraestrutura necessária e nem o insumo.
Especialistas temem que isso acabe gerando um impacto elevado nas contas de luz, além de significar uma interferência no planejamento energético.
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Silveira afirmou que a revisão da obrigatoriedade ainda é uma ideia do Ministério de Minas e Energia e disse que o assunto será tratado com o Congresso. Ele participou de audiência na Câmara dos Deputados.
— É uma ideia do Ministério de Minas e Energia, ainda não é uma ideia do governo. Mas é uma ideia que está sendo debatida tecnicamente. E eu me senti muito à vontade de trazer ao próprio Congresso Nacional para iniciar esse debate aqui. É um respeito ao Congresso Nacional, que aprovou a lei da Eletrobras — disse ele, lembrando que o primeiro leilão dessas usinas não houve interessados.
O ministro disse que o assunto é técnico e político e que por isso vai discutir com parlamentares o tema. Ele afirmou ainda que é necessário reduzir os investimentos em termelétricas.
— Uma das coisas que para nós está bastante claro é que, com o avanço da energia limpa e renovável no Brasil, precisamos garantir a segurança energética com as termelétricas e as hidrelétricas que têm pulmão hídrica. O custo benefício para o consumidor é maior se nós diminuirmos os investimentos em térmicas e estimularmos os investimentos em hidráulicas e renováveis — disse.
O ex-senador disse ainda que o que está podendo fazer “como ministro” é ter “mão firme” no plano de investimento da Eletrobras, após ser questionado por parlamentares sobre a posição do governo quanto à capitalização da companhia e se esta seria revertida.