Montadoras brasileiras estudam processo antidumping contra empresas chinesas
Análise da Anfavea ocorre às vésperas do início da produção de duas gigantes orientais no país
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está conduzindo estudos de mercado para avaliar a possibilidade de abrir um processo de antidumping contra montadoras chinesas. O dumping é uma prática comercial abusiva e ocorre quando uma empresa vende seus produtos por um preço abaixo do custo como forma de eliminar concorrentes.
Entre os associados da entidade, há empresas como Stellantis (fabricante da Fiat), General Motors (GM), Ford e Volkswagen. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, afirmou em nota que defende a livre concorrência e a prevenção de práticas que prejudiquem o mercado automotivo brasileiro.
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Os estudos da Anfavea acontecem às vésperas do início da produção de duas gigantes chinesas no país. A chinesa GWM (Great Wall Motors) pretende inaugurar sua fábrica na cidade de Iracemápolis, interior de São Paulo, em maio.
A produção voltada para o mercado nacional deve iniciar no começo do segundo semestre, enquanto a BYD (Build Your Dreams) planeja começar a operar sua fábrica em Camaçari, na Bahia, ainda no primeiro semestre.
Reportagem deste mês publicada no Globo mostrou que outras montadoras chinesas — como Neta, GAC e Omoda/Jaecoo — pretendem produzir no Brasil entre 2026 e 2030, o que preocupa a Anfavea. Leite disse, na época, que a importação de veículos deixou a balança comercial do setor negativa em 2024, o que não ocorria desde 2021.
Dados da entidade mostram que a China respondeu por 10% nas importações brasileiras de veículos entre janeiro e novembro de 2023 (com 32.180 unidades), percentual que subiu para 26% em 2024 (105.763).
A Anfavea quer a elevação do Imposto de Importação para 35% para estimular as montadoras já instaladas no país, que planejam investir R$ 150 bilhões até 2030.
A GWM e a BYD foram procuradas, e a reportagem aguarda o posicionamento.