Morales anuncia que irá retomar projeto de lítio na Bolívia
Bolívia concentra uma das maiores reservas de lítio do planeta
O ex-presidente Evo Morales anunciou nesta terça-feira que o atual chefe de Estado da Bolívia, Luis Arce, irá retomar o plano de converter o Salar de Uyuni na capital mundial do lítio, um dos projetos mais conhecidos de Morales, horas depois de retornar à Bolívia após um ano no exílio.
Morales fez o anúncio às portas do maior salar do mundo, que concentra uma das maiores reservas de lítio do planeta. A promessa caiu como um presente de Natal para os cerca de 30 mil habitantes da cidade de Uyuni, localizada a poucos minutos de distância, que vive do turismo e se encontra paralisada.
O ex-presidente e líder indígena participou de uma conferência no majestoso Palácio de Sal, construído inteiramente com blocos desse mineral.
'O lítio pode nos salvar'
Uma multidão recebeu Morales em Uyuni. Durante seu mandato (2006-2019), foram construídas linhas de energia, estradas e um aeroporto para servir à cidade. "Ele é tudo, iremos defendê-lo sempre", declarou Félix Balbuena, 45, que mora no povoado de Colchani.
Durante anos, até a chegada do turismo, a extração de sal foi a principal fonte de renda dos habitantes da região. Mas além do sal, existem outros materiais preciosos no subsolo.
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Em meio à crise provocada pela pandemia, a industrialização do lítio, "o ouro branco", chave para a produção de baterias e fabricação de veículos elétricos, é a esperança local. "Temos este salar, que amamos, mas que também pode salvar a Bolívia", comentou Juan Emilio Gutiérrez, que trabalha no setor de turismo.
A Bolívia possui 21 milhões de toneladas de reservas de lítio, a maioria delas no Salar. O mineral esteve no foco da crise política recente. Morales repetiu que renunciou devido a um "golpe de lítio" promovido pelos Estados Unidos.
O lítio também foi um dos focos de tensão na reeleição de Morales e motivo de confrontos com grupos opositores em Potosí.