Alagoas terá 1ª biorrefinaria do país de biocombustível sustentável
O projeto da Exygen tem apoio do Governo de Alagoas e prevê a produção anual de 160 milhões de litros etanol neutro em carbono a partir de 2026
Com um investimento de R$ 1,5 bilhão nos próximos quatro anos, a GranBio, em parceria com as Usinas Caeté e Santo Antônio e a Impacto Bioenergia, lançou nesta segunda-feira (27) a pedra fundamental da Exygen I, uma biorrefinaria inovadora em São Miguel dos Campos, Alagoas, a 58 quilômetros de Maceió. Esta será a primeira unidade brasileira a produzir biocombustíveis sustentáveis, com previsão de início da produção em 2026. A Exygen faz parte do Complexo de Biorrefinarias Integradas de Biocombustíveis Sustentáveis Avançados.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, presente no evento, ressaltou a importância da nova indústria para o mercado brasileiro, destacando sua contribuição para o aumento da eficiência energética e a promoção da inovação no setor. Alckmin enfatizou que este é um dos maiores investimentos do país, com geração de emprego e renda, criando mais de 1.200 postos de trabalho. Ele celebrou o início da produção de etanol de baixo carbono e carbono zero, utilizando melaço (resíduo do açúcar) como matéria-prima, e o novo investimento para a produção de biometano, metanol e CO2 biogênico.
O projeto da Exygen tem apoio do Governo de Alagoas e prevê a produção anual de 160 milhões de litros etanol neutro em carbono a partir de 2026, que utilizará resíduos do açúcar como matéria-prima, e de 50 milhões de m³ de biometano por meio da vinhaça da cana-de-açúcar.
O complexo terá capacidade instalada para produção de 600 m³ de etanol de baixo carbono por dia e vai otimizar as instalações de produção e tancagem da GranBio em São Miguel dos Campos para garantir a produção contínua de etanol nos 12 meses do ano a partir de 2026 que, por sua vez, viabilizará a produção e distribuição também contínuas de biogás.
Durante a solenidade, o CEO da Granbio, Bernardo Grandin, destacou que a proposta de integração entre as usinas visa agregar eficiência no uso de carbono, redução de custos e escala para mercados globais.
“O compromisso envolve toda a cadeia produtiva, desde o fornecimento do melaço até o consumo de biometano e metanol para descarbonizar o transporte. O Brasil tem um papel fundamental na transição energética eficaz e este projeto é um exemplo de responsabilidade pública e privada em relação à mudança climática. Este projeto visa integrar a cadeia produtiva de forma circular, com uso eficiente de água e redução de emissões de carbono, tornando o etanol um combustível ainda mais limpo”, disse.
Biorrefinaria vai produzir biogás e CO biogênico
A próxima etapa do projeto inclui, a partir do ano que vem, a produção de biogás e CO biogênico — dióxido de carbono originado da decomposição de matéria orgânica —, a produção de biofertilizantes e com uma expansão futura para a produção de e-Metanol, um combustível sintético de última geração que atenderá a setores de difícil eletrificação, como o transporte marítimo.
A expectativa é que a operação completa da EXYGEN I gere 510 empregos diretos e mais de 1.200 postos de trabalho durante as obras das fases subsequentes. O complexo vai demandar investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão nos próximos 4 anos.
“Vamos integrar uma cadeia produtiva madura a um conceito inovador de transição energética, que trará um ganho de eficiência tanto em custo quanto em emissão de carbono. Esse é um modelo de negócios pioneiro, que viabilizará soluções e oportunidades para que uma indústria de base limpa e moderna se desenvolva na região.”, explica Bernardo Gradin, CEO da GranBio, controladora da EXIGEN I.
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