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MOVIMENTO ECONÔMICO

Coco Bambu faz investimento recorde de R$ 45 milhões em restaurante no Recife

Fundador da Coco Bambu, Afrânio Barreira, fala ao Movimento Econômico sobre seus planos para os próximos cinco anos

Novo unidade da rede Coco Bambu, no Recife Novo unidade da rede Coco Bambu, no Recife  - Foto: divulgação Coco Bambu

Se o cronograma de obras não atrasar, no próximo dia 30 outubro abre as portas no Recife o maior restaurante da rede Coco Bambu no Brasil. O empreendimento, localizado no bairro do Derby, área central da cidade, conta com um robusto investimento: R$ 45 milhões. A nova casa faz parte dos planos de expansão da rede, que deve dobrar de tamanho em cinco anos. Em 2023, a holding deve faturar R$ 2 bilhões.

O fundador do Coco Bambu, Afrânio Barreira, disse ao Movimento Econômico que depois de mapear o Brasil, percebeu que era possível abrir 15 unidades por ano. E tem feito isso desde 2021. Em 2028 a rede deverá contar com 150 casas. Isso não a tornará a maior do Brasil. Atualmente, ela já é. No varejo é a 130ª em faturamento, segundo ranking da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo. Entre os food service, ocupa a 9ª posição, mas à sua frente, só tem fast food. Nenhum restaurante.

O investimento no Recife, que vai gerar 200 empregos, é realmente um valor considerável para um projeto gastronômico, dado o prazo para o seu retorno. Mas o negócio de Afrânio Barreira, hoje com 65 anos, não envolve só a operação da casa, mas os ativos imobiliários. E no caso do restaurante localizado na Av. Agamenon Magalhães compreende a compra de área numa das localidades mais nobres da cidade, além da construção de um imóvel com 6 mil metros quadrados, distribuídos em seis pavimentos.

A nova unidade do Coco Bambu chega à cidade com capacidade para 450 lugares e área de expansão futura para mais 150 lugares. Além de salões de eventos para até 80 lugares, conta uma varanda, ao ar livre; bar temático para transmissões esportivas e adega para 1.000 garrafas. O restaurante ocupará dois dos seis andares da edificação, que terá outros três andares destinados a estacionamento de veículos e um andar com rooftop reservado para ampliação futura.

Não se pode dizer que a rede fatura mais com imóveis do que com gastronomia, como acontece com a McDonald’s. Das 75 casas em funcionamento atualmente em 18 estados, só 10 são próprias, que a holding aluga para os restaurantes Coco Bambu, cada qual com uma sociedade específica, sendo a própria holding majoritária em todas.

Coco Bambu nasceu de uma pastelaria
A rede Coco Bambu nasceu em 1989, numa pastelaria de 20 m² na praia da Aldeota, em Fortaleza, sob o nome de Dom Pastel. Naquela época, no cardápio, só havia pastel, tapioca, caldo de cana e chope. O negócio cresceu e em 2001 passou a se chamar Coco Bambu. Mas os frutos do mar que lhe dão fama só entraram no cardápio em 2008.

“A Dom Pastel nasceu de um telefonema da minha avó. Ela tinha um casarão em Aldeota, que um dia ficou desocupado, foi invadido e depredado. Ela pediu que eu fizesse alguma coisa com a casa. Aí surgiu a ideia de transformar a área em open mall. Subloquei tudo e na loja esquina abrimos o Dom Pastel, fruto a vontade de Daniela, minha esposa, de ter um negócio com alimentação”, recorda o empresário.

Afrânio Barreira, fundador da Coco Bambu

A Dom Pastel foi crescendo e incorporando as outras lojas. E dos 20m² saltou para 1500 m². “Depois atravessamos a rua e compramos o outro lado. Foram mais 8 mil quadros. Atravessamos mais uma rua e montamos um coffee break. Hoje temos lá um mini complexo com área para eventos”, conta. Além da esposa, os filhos Ticiana e Felipe passaram a atuar no negócio.

Ao longo de sua história a rede Coco Bambu nunca recebeu aporte de fundos de investimentos. E nunca recorreu a bancos, porque este foi o conselho que o banqueiro Jaime Pinheiro, dono do Banco Mercantil do Ceará, deu a Afrânio, quando este era seu funcionário no BMC. “Foi o que fizemos, de modo que o Coco Bambu cresce organicamente. Somos econômicos e sempre reinvestimos parte dos lucros”, revela.

Segredo do sucesso
Quando analisa sua trajetória, o empresário assegura que o que mais lhe ajudou a crescer não foi o ponto comercial, nem a comida, nem a decoração, nem a relação custo-benefício para os clientes – “tudo de fato muito relevante”. “O mais importante são as pessoas que coloquei em meu time”. E ao selecionar alguém, seja para sócio, seja para trabalhar na cozinha, o que mais observa é o histórico do caráter do indivíduo. “Porque com treinamento qualquer um fica apto. Mas o comprometimento das pessoas, a vontade que têm de crescer, de remar com você, isso é um diferencial”.

Por isso, ainda hoje o empresário participa de seleções, afinal, como ele pontua, seu negócio é muito complexo. Cada casa conta com 180, 200 funcionários, e possui de 300 a 1.200 lugares. Gente lidando com gente, com culturas e interesses difusos. Mas é como se nestes locais ocorresse uma mágica, onde tudo se harmoniza diante de uma boa mesa.

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