Energia eólica no Nordeste: argentina PAE acelera complexo na Bahia
Empreendimento, com capacidade de 423 MW, reforça geração de energia eólica na região
No ritmo veloz da expansão da energia eólica no Nordeste, a Pan American Energy (Argentina) acelera a implantação do complexo de geração que está construindo na região do município baiano de Novo Horizonte, a 560 quilômetros de Salvador. O empreendimento teve um salto importante com a chegada dos primeiros componentes das 94 turbinas de 4,5 megawatts (MW) de potência que integram o projeto, fabricados pela Vestas (Dinamarca).
Com isso, o nível de execução do Complexo Novo Horizonte sobe para 70%. A previsão é de que a operação comece já no início de 2024.
O empreendimento, com orçamento de R$ 3 bilhões, tem características bem representativas do momento vivido atualmente pelas energias renováveis nos estados nordestinos. É bastante simbólico o fato de envolver duas multinacionais do setor que estão investindo na região: uma em geração, a outra em produção de equipamentos.
A logística da implantação também é emblemática, já que as turbinas são fabricadas pela Vestas a 1.800 km de distância, num estado próximo, o Ceará. Mais precisamente em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza), na planta fabril que começou a funcionar em 2016 e foi reinaugurada em 2019.
Energia eólica a toda velocidade no Nordeste: complexo a 560 km de Salvador será inaugurado no início de 2024/Foto: PAE (Divulgação)
Energia eólica no Nordeste: conheça o Complexo Novo Horizonte
Considerado de última geração, o Complexo Novo Horizonte, que será operado pela Pan American Energy (PAE), tem uma superfície de 2.700 hectares. Com capacidade instalada total de 423 MW, o empreendimento é formado por 10 parques, localizados em seis municípios: Novo Horizonte, Boninal, Brotas de Macaúbas, Ibitiara, Oliveira dos Brejinhos e Piatã. A energia gerada será suficiente para abastecer cerca de 1 milhão de residências no Brasil.
O diretor geral da empresa no mercado brasileiro, Alejandro Catalano, detalha que a implantação contempla 80 quilômetros de linhas de transmissão, uma subestação de 500 KV e a construção e melhoria de acessos. No pico, a demanda de mão-de-obra chegou a 2.600 empregos.
O presidente da Vestas no Brasil, Eduardo Ricotta, comemora o sucesso da parceria com a companhia argentina nesse empreendimento. “A colaboração entre Vestas e Pan American Energy é um sinal de compromisso de ambas as empresas para a transição energética regional. Esperamos continuar desenvolvendo projetos conjuntos que melhorem a qualidade de vida das comunidades”, afirma.
Quem é a argentina PAE no setor de energia eólica?
Fundada há 70 anos, a Pan American Energy atua na geração tanto a partir de fontes renováveis, quanto tradicionais. Atualmente, a companhia global busca se posicionar como protagonista do desenvolvimento energético na América Latina, onde está presente em seis países: Argentina, Bolívia, Uruguai, Paraguai, México e Brasil.
No mercado argentino, a empresa é o principal produtor, exportador, empregador e investidor privado do setor energético, com três parques eólicos em funcionamento. O grupo emprega 21 mil profissionais diretos e terceirizados nos países em que opera.
Energia eólica no Nordeste em alta: Enrique Lusso considera o Brasil estratégico para a PAE/Foto: PAE (Divulgação)
O Brasil é considerado estratégico nos negócios da PAE. “Tem um abundante potencial em fontes de energia sustentável e queremos contribuir para o crescimento deste mercado, fundamental para ampliar nossa participação na América Latina”, diz o vice-presidente de Desenvolvimentos Internacionais Enrique Lusso, destacando a importância da parceria com a Vestas para a atuação da companhia no país.
Vestas impulsiona produção de equipamentos de energia eólica no Nordeste
A Vestas, com 29 mil empregados, é uma das líderes globais no setor industrial de soluções de energia sustentável e renovável. Atua por meio de parcerias para o fornecimento de equipamentos a projetos de geração em todo o mundo. A companhia desenha, fabrica, instala e presta serviços em turbinas eólicas terrestres e marítimas, somando hoje 169 gigawatts (GW) de turbinas instaladas em 88 países.
O negócio é fortemente baseado na “economia de dados”, utilizando big data e business intelligence (BI ou inteligência de mercado em português) para interpretar, prognosticar e exportar informações sobre os recursos eólicos e, com isso, estar sempre em sintonia com a realidade atual do mercado e as tendências para o futuro.