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Fintechs de Pernambuco, em meio a salto exponencial, miram EUA e outros mercados

Fintechs pernambucanas chegaram a triplicar faturamento no 1º semestre de 2023

Fintechs de Pernambuco: empresas, seguindo o exemplo da Incognia e Allow Me, passam a mirar estados e regiões onde não estão presentes ou tem pouca participação e até a exportação de soluçõesFintechs de Pernambuco: empresas, seguindo o exemplo da Incognia e Allow Me, passam a mirar estados e regiões onde não estão presentes ou tem pouca participação e até a exportação de soluções - Foto:Agência Sebrae (Site)

O incremento das transações digitais, e também das fraudes, está levando as fintechs de Pernambuco a um crescimento vertiginoso. Com isso, as empresas seguindo o exemplo da Incognia e Allow Me - passam a mirar estados e regiões onde não estão presentes ou tem pouca participação e até a exportação de soluções. A Faturepag, por exemplo, tem meta de superar este ano os R$ 3 bilhões em transações processadas e está de olho nos Estados Unidos e no Sudeste.

Os planos de expansão começam a ser executados em meio a um salto exponencial da empresa, que tem três anos de operação. A Faturepag, que já vinha registrando excelente desempenho da receita desde a criação, triplicou o faturamento no primeiro semestre de 2023 em relação a 2022. Animada, decidiu ir além das fronteiras e está investindo em roadshows e prospecções, além de intercâmbio técnico com as maiores empresas do segmento nos EUA.

O objetivo da empresa, nessas missões, é apresentar seus produtos para potenciais clientes e parceiros, networking e, claro, acompanhar o mercado, o desenvolvimento de novas soluções e tendências. A fintech busca também estreitar o relacionamento com potenciais investidores e mentores do setor.

Fintechs no mercado internacional: Faturepag busca adaptar plataforma ao cliente norte-americano

O CEO da empresa, Alan Barros, acabou de realizar viagem de negócios à Georgia. "Foi uma excelente oportunidade para mostrar nossa plataforma e ouvir as dores do mercado norte-americano, visando a uma futura adaptação do nosso sistema às necessidades e especificidades desse consumidor", afirma.

A agenda incluiu, entre outros encontros, reuniões na Metro Atlanta Chamber - uma das mais importantes câmaras de negócios dos EUA na geradora Georgia Power, na incubadora ATCD e no ecossistema Fintech Atlanta.

Fintechs: a pernambucana Faturepag tem bases atualmente no Recife, Fortaleza e São Paulo

Alan Barros, da fintech Faturepag, vai participar de rodada de negócios na Abav e, em novembro, retoma conversas com o mercado da Geórgia/Foto: Faturepag (Divulgação)

Alan Barros volta ao estado norte-americano em novembro para retomar essas conversas. Antes disso, vai aproveitar a Abav Expo 50, no Riocentro (Rio de Janeiro), para participar de rodadas de negócio com empresas da indústria do turismo no Sudeste.

A Faturepag tem bases atualmente no Recife, Fortaleza e São Paulo. Oferece soluções customizadas em meios de pagamento e microcrédito voltadas para a área corporativa. A carteira tem 100 mil clientes, a maioria deles nos setores de turismo, varejo, atacado e indústria.

Tarso Penaforte, CEO da Propig, aposta em parceria com os grupos industriais dos estados nordestinos

Tarso Penaforte, diretor executivo da Propig, aposta em parceria com os grupos industriais dos estados nordestinos/Foto: Propig (Divulgação)

Fintechs: Propig, com 60% do faturamento no Sul e Sudeste, busca expansão no Nordeste

Também criada em 2019, a Propig, embarcada no Porto Digital ecossistema de tecnologia e inovação do Recife busca fazer o caminho inverso da Faturepag. A fintech já nasceu com uma abrangência nacional e foi concebida para melhorar as transações de mais de 50 mil revendedores que comercializam Baterias Moura no Brasil.

"Nascemos como uma plataforma de soluções de integração tecnológica para a cadeia de distribuição através de meios de pagamento e como parceiros da Baterias Moura, um player global que tem uma grande rede de distribuidores espalhada por todo Brasil.", explica o diretor executivo Tarso Penaforte.

Atualmente, 60% do faturamento, que cresce ao ritmo de 50% ao ano, está concentrado no Sul e Sudeste. A empresa busca seguir nesse ritmo de crescimento com a carteira de clientes que comercializa produtos Moura, mas também vem trabalhando, em outros setores, para a captação de empresas parceiras que busquem soluções financeiras e meios de pagamento para seus clientes. Nessa estratégia, o Nordeste aparece como oportunidade.

"Analisando os números do mercado de fintechs, vimos muito potencial de incrementar as operações em nossa própria região", afirma Tarso Penaforte.

"Nossa plataforma ajuda grandes indústrias a implementarem estratégias comerciais direto ao consumidor final. Além de levar as condições necessárias para essa implementação, ainda contribuímos para o desenvolvimento de revendas, portanto podemos ser um parceiro importante para o crescimento dos grupos industriais de todo país e também do Nordeste", acrescenta.

Fintech: a Incognia está sediada no Vale do Silício e suas soluções estão instaladas em 200 milhões de dispositivos, em 20 países

Fintech das fintechs: a Incognia, liderada por André Ferraz, tem metade dos usuários no Brasil e vem crescendo nos Estados Unidos, Índia e México, além de iniciar as operações na Europa e Sudeste Asiático /Foto: Incognia (Divulgação)

Fintechs pernambucanas se espelham nas conterrâneas Incognia e Allow Me

Ao visar a expansão de mercado, as fintechs pernambucanas se espelham em duas gigantes do setor que nasceram no Porto Digital e hoje atuam em escala global: a Incognia e a Allow Me.

A Incognia é o resultado da pivotagem dos fundadores da InLoco Mídia, start-up de publicidade on-line por geolocalização que surgiu de um projeto de alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e, em 2019, chegou a ser cotada para unicórnio (start-up com valor de mercado de US$ 1 bilhão).

Em 2020, veio a pandemia da Covid-19 e a In Loco quase faliu na fase mais crítica de fechamento ou restrição de operação das lojas físicas, sua maior clientela. Acabou vendida por R$ 250 milhões para o Magazine Luiza e é aí que começa a história da Incognia.

Os fundadores se voltaram para o mercado de soluções voltadas à prevenção de fraudes em transações digitais nos setores de aplicativos financeiros, e-commerce e delivery.

O negócio deu certo e se consolidou, principalmente entre bancos, fintechs, varejo e entregas. Hoje, a empresa está sediada no Vale do Silício e suas soluções estão instaladas em 200 milhões de dispositivos, em 20 países.

Ambiciosa, a Incognia tem metade dos usuários no Brasil e vem crescendo nos Estados Unidos, Índia e México, além de iniciar as operações na Europa e Sudeste Asiático. "A ideia é crescer e se consolidar ainda mais nesses mercados como líderes em nosso segmento", afirma o CEO André Ferraz.

Allow Me entra no portfólio de soluções da líder global Serasa Experience

A Allow Me é um spinoff da gigante de cybersegurança Tempest. Fundada no Recife há 20 anos, a Tempest teve o controle adquirido pela Embraer em 2020. Atualmente conta com 400 empregados e escritórios na capital pernambucana, São Paulo e Londres.

Capitalizada e favorecida pelo aumento das fraudes digitais, a empresa criou um braço, a Allow Me, voltado para análise de riscos de dispositivos (móveis e desktops) a fim de detectar comportamentos suspeitos. O novo negócio repetiu o sucesso da empresa-mãe. Foi comprado há poucos dias pela líder mundial em análise de crédito, a brasileira Serasa Experian, por US$ 45 milhões, e passou a integrar o portfólio de soluções da datatech.

 

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