Coluna Movimento Econômico

Gastronomia nordestina bilionária

Duas redes nordestinas, uma pernambucana e outra cearense, estão investindo milhões para espalhar suas casas pelo Brasil

Patricia RaposoPatricia Raposo - Foto: Alexandre Aroeira/FolhaPE

Embora quase metade (42%) dos negócios do setor de bares e restaurantes ainda esteja endividada, de acordo com pesquisa realizada em junho pela Abrasel, tem alguns que passaram bem pelas intempéries provocadas pela pandemia da covid-19. É o caso de duas redes nordestinas, uma pernambucana e outra cearense. A primeira experimenta crescimento impulsionada por um fundo de investimentos. A outra cresce organicamente.

A pernambucana é a rede Camarada Camarão. Fundada em 2005, recebeu há quatro anos um aporte da Vinci Partners, que entrou na sociedade através do Fundo NE III. Depois disso, os restaurantes de Sílvio Drummond ganharam o país e hoje somam 21 unidades.

No começo do mês, o grupo controlador Dumattus, anunciou seu plano de expansão, que prevê a abertura de mais 60 restaurantes de grande porte até 2028, com aportes que superam R$ 300 milhões. Só este ano, serão oito novas casas que abrem as portas com investimentos da ordem de quase R$ 70 milhões.

A rede cearense é a Coco Bambu, que vai inaugurar no próximo dia 30 de outubro, no Recife, o seu maior restaurante no Brasil. O empreendimento, localizado no bairro do Derby, área central da cidade, conta com o impressionante investimento de R$ 45 milhões. 

É realmente um valor considerável para um projeto gastronômico, dado o prazo para o retorno do investimento. Mas o negócio do fundador Afrânio Barreira, hoje com 65 anos, não envolve só a operação da casa, mas ativos imobiliários. E no caso do restaurante localizado na Av. Agamenon Magalhães compreende a compra de área numa das localidades mais nobres da cidade, além da construção de um imóvel com 6 mil metros quadrados distribuídos em seis pavimentos. 

Não se pode dizer que a rede fatura mais com imóveis do que com gastronomia. Das 75 casas em funcionamento atualmente, só 10 são unidades próprias, que a holding aluga para os restaurantes Coco Bambu, cada qual com uma sociedade específica, onde própria holding é majoritária. Nos próximos cinco anos a rede deve dobrar de tamanho. Afrânio Barreira disse a esta coluna Movimento Econômico, que depois de mapear o Brasil, percebeu que era possível abrir 15 unidades por ano. E tem feito isso desde 2021. 

O faturamento do Camarão Camarada em 2023 deve bater a casa dos R$ 360 milhões. O da Coco Bambu, R$ 2 bilhões. Dois exemplos de gestão bem-sucedida e prova do potencial empresarial do nordestino. 

NOTAS

Uma das melhores entre as maiores
A ACLF Empreendimentos recebeu o selo NDT1, que atesta o seu nível de excelência. Concedido pela Caixa, a certificação é bem difícil de se obter. A ACLF já detinha o selo NDT. Agora sobe de categoria e passa a ser a única construtora do estado atestada pela Caixa. No Nordeste, só há mais duas neste nível. A ACLF está entre as 100 maiores do Brasil no Ranking INTEC edição 2023 e agora entra para seleto clube das melhores.

Expansão
Outra rede regional em expansão é o Grupo Dislub Equador, que deve inaugurar 12 novos postos, ainda este ano, no Nordeste. Atuando ainda no Centro-Oeste e Norte, a quinta maior distribuidora de derivados de petróleo do País tem hoje em operação 157 unidades na região nordestina. 

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