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Comércio

Graças ao turismo, vendas em outlets cresceram em julho

Em Pernambuco, esse negócio chegou com atraso, em 2021, devido ao alto preço dos terrenos

Patricia RaposoPatricia Raposo - Foto: Alexandre Aroeira/FolhaPE

“Os outlets estão salvando as marcas”, a afirmação é de André Costa, CEO da About, a Agência Brasileira de Outlets. “O e-commerce e os outlets são os dois canais onde o comércio mais cresce”, assegura. Segundo o CEO, o mês de julho foi difícil em todos canais de vendas, com exceção desses dois. O que favoreceu os outlets foi o mês de férias, já que os turistas são grandes consumidores nesses espaços de compras.

O Brasil tem hoje 18 outlets – três no Nordeste – que movimentam R$ 5 bilhões. Nos Estados Unidos, onde essa indústria nasceu, são mais de 220, movimentando US$ 50 bilhões. Entre 2006 e 2013, 33 Outlet Centers foram inaugurados nos EUA, enquanto apenas um shopping tradicional abriu as portas.

O último relatório de mercado da About, revela que entre 2023 e 2025 oito novas unidades devem abrir as portas no Brasil. É um salto significativo se considerarmos que de 2009 - quando surgiu o primeiro equipamento em São Paulo – para cá, 18 unidades entraram em operação no país.

O Nordeste viu seu primeiro equipamento em 2014, com Outlet Primum de Fortaleza. Depois veio o de Salvador, e, em 2021, o Recife Outlet abriu as portas na BR-232, em Moreno, pela iniciativa do Grupo BCI. Em Pernambuco, esse negócio chegou com atraso devido ao aquecimento do polo logístico do Grande Recife, que elevou o preço dos terrenos.

Agora, os equipamentos na região têm como desafio a qualificação e ancoragem. E todos eles precisam que o público não os confundam com galerias de centros urbanos, homônimas, que em vez de grifes vendem marcas falsificadas.

Nordeste, porém, tem algo a seu favor: o apelo turístico. É preciso, no entanto, que os receptivos de turismo entendam esses equipamentos como atrativos turísticos. Porque o turista é um consumidor potencial, propenso a gastar, com dinheiro e tempo sobrando. Se isso acontecer, ganham todos, inclusive a cidade, que poderá seu visitante por mais tempo.

Quem é o público consumidor dos outlets

São as classe A, B e C. Os dois primeiros são clientes das marcas que aproveitam os outlets para ter ganhos em promoções. Já o público C é aquele cliente aspiracional, que não é consumidor fiel mas adquire a marca graças aos descontos que consegue nos outlets. Ele tende a se tornar fieis através desses espaços de compras. É por isso que se diz que os outlets abrem a base de clientes de forma significativa para as marcas.

Cenário favorável

“Alguns fatores favorecem os outlets, como a crise econômica, que tende a criar a consciência sobre os preços e levar os consumidores a buscar mais oportunidades”, diz André Costa. Já o dólar em alta diminui os gastos de vestuário no exterior mesmo entre público A e B, que troca as viagens pelas compras em outlets. O aumento da inflação é outro fator: ele reduz o poder de compra e direciona clientes para esses centros. E como os outlets conseguem dar descontos que chegam a até 70, 80%? “Porque seu custo operacional é mais baixo. Em geral as construções são abertas e planas, sem ar condicionado central, elevadores e escadas rolantes, permitindo grande economia de energia”, ensina.

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