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Hidrogênio verde

Hidrogênio verde: Unigel acelera viabilização da 1ª planta na Bahia

Multinacional cria nova divisão, responsável pelas operações de hidrogênio verde

Hidrogênio verde: Ecohydrogen Energy será o braço responsável pela fábrica na Bahia, a primeira em escala industrial no país, e toda a atuação da companhia na área de H2VHidrogênio verde: Ecohydrogen Energy será o braço responsável pela fábrica na Bahia, a primeira em escala industrial no país, e toda a atuação da companhia na área de H2V - Foto: Unigel (Divulgação)

Em meio à corrida pelo pioneirismo na produção de hidrogênio verde em escala industrial no Brasil, a Unigel acelera o ritmo para viabilizar sua planta na Bahia. Segunda maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do país e uma das empresas químicas líderes na América Latina, a multinacional brasileira constituiu uma nova subsidiária, a Ecohydrogen Energy, que será o braço responsável pela fábrica e todas as operações de H2V da companhia.

Ao criar uma nova divisão, a Unigel visa ter uma estrutura societária compatível com o desafio do negócio, além de facilitar a entrada de parceiros estratégicos para posicionar a companhia no mercado do “combustível do futuro”.

“Essa alteração trará mais celeridade, fazendo, por exemplo, que o projeto na Bahia avance da maneira mais rápida possível, já que a Ecohydrogen Energy será exclusiva para cuidar do hidrogênio verde, facilitando o andamento do processo e a formação de parcerias”, explica Pedro Branco, consultor da Proquigel, subsidiária da Unigel que vinha liderando o projeto de H2V.

Ele ressalta que a prioridade atual é justamente a articulação com players na tecnologia de produção do H2V, produtores de energia limpa e fornecedores de equipamentos. Entre os contratos já fechados para a aquisição de maquinário, está a compra de três eletrolisadores com potência total de 60 megawatts (MW), que serão produzidos pela alemã ThyssenKrupp. Esses aparelhos são os mais importantes na produção do H2V.

Hidrogênio verde: fábrica em Camaçari terá investimentos de US$ 1,5 bi

Anunciada pela Unigel em 2021, quando foi assinado protocolo de intenção com o governo baiano, a unidade de H2V é um investimento de US$ 1,5 bilhão. A planta, que será construída em Camaçari, tem previsão de entrada em operação em 2024 e a pedra fundamental foi lançada em julho de 2022.

Na sua primeira etapa, a fábrica terá capacidade de produzir de 10 mil toneladas por ano de hidrogênio verde que podem ser convertidas em 60 mil toneladas anuais de amônia verde. Na segunda fase do projeto, prevista para 2025, a empresa deve quadruplicar a produção de hidrogênio e amônia verdes. o quadro de pessoal é estimado em 500 profissionais.

O CEO da Unigel, Roberto Noronha deixa claro que objetivo da empresa, com a planta baiana, é sair na frente da concorrência. “Temos acompanhado o que se tornou uma corrida pelo título de pioneiro no mercado. Porém, é importante diferenciarmos cada iniciativa. Temos o único projeto em escala industrial em construção no Brasil. A Unigel e a Bahia ocupam o pioneirismo do Brasil no hidrogênio verde”, sustenta.

“Há inúmeros diferenciais que nos permitem liderar o Brasil rumo à economia do hidrogênio”, afirma o executivo em tom de desafio.

“Primeiro, a Unigel tem capacidade suficiente para absorver toda a produção da fábrica de H2V e transformá-la em amônia verde, matéria-prima para a produção de fertilizantes nitrogenados. Além disso, contamos com acesso a fontes de energia limpa e competitiva no Polo Petroquímico de Camaçari. Também contamos com infraestrutura logística, por meio do nosso terminal de amônia no porto de Aratu”, detalha.

Hidrogênio verde: quem é a Unigel?

A Unigel foi fundada em São Paulo, em 1966, pelos engenheiros químicos Henri Slezynger e Edgardo Menghini. Ao longo de cinco décadas, se tornou um conglomerado de empresas nas áreas petroquímica e de plásticos, com unidades de produção no Brasil (Bahia, Sergipe e São Paulo) e no México (nos estados do México, San Luís Potosí e Veracruz). Os insumos são destinados aos setores de eletrodomésticos e eletrônicos, automotivo, tintas e revestimentos, construção civil, papel e celulose, embalagens, saúde e beleza, têxtil, mineração e agricultura.

Hidrogênio verde é corrida do ouro no Nordeste, com disputa entre BA, CE e PE

No Nordeste, além da Bahia, outros dois estados estão na competição pela pole position no H2V: Ceará e Pernambuco. Os cearenses têm demonstrado bastante agressividade. Já foram assinados 32 memorandos de entendimento entre governo do estado e empresas privadas que planejam investir US$ 8 bilhões em projetos de hidrogênio verde no Porto do Pecém.

Enquanto isso, a autoridade portuária anunciou em fevereiro deste ano um megaprojeto, de R$ 2,2 bilhões, para garantir a infraestrutura necessária a essas operações, incluindo um terminal exclusivo. A execução do pacote de obras é estimada em cinco anos.

A cartada mais recente do Ceará foi um acordo de cooperação técnica, na área de H2V, que acaba de ser firmado, entre as federações das indústrias local e de São Paulo (Fiec e Fiesp), Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e a Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica).

O que é o hidrogênio verde?

O hidrogênio é uma matéria-prima que possui aplicação em diversos setores industriais, desde o segmento de alimentos até fertilizantes. Porém 96% da produção mundial hoje é resultante de métodos poluentes, gerando 830 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, o correspondente a 2% das emissões anuais de CO2 em todo o mundo. Ao adotar fontes de energia renováveis, a produção do hidrogênio verde (H2V) a partir da água tem se mostrado uma alternativa promissora na transição global para uma economia de baixo carbono.

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