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Mulheres são minoria em cursos de TI, e percentual de formadas em exatas cai em dez anos

Embora elas representem 60% dos estudantes que concluem graduação no país, a fatia é de apenas 15% entre os formados em TI e computação

Mulheres programando códigosMulheres programando códigos - Foto: Pexels

As mulheres são as que mais conseguem um diploma de ensino superior no país, mas cada vez menos concluem graduação nas áreas das ciências exatas. A participação delas como concluintes entre os cursos CTEM (relacionados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática) já era baixa e ainda teve ligeiro recuo em uma década, passando de 23,2% em 2012 para 22% em 2022.

É o que apontam os dados da terceira edição das Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, do IBGE, que desde 2018 traz informações para análise das condições de vida das mulheres no país.

Dentre todas as áreas de formação investigadas pela pesquisa, a que registra menor presença feminina é a de ciência da computação e TI (tecnologia da informação). O número de mulheres concluintes destes cursos não é só baixo como caiu: passou de 17,5% em 2012 para 15% em 2022. As informações tem como base o Censo da Educação Superior de 2022.

Baixa participação nos cursos de TI e computação
À exceção da conclusão da graduação em ciências físicas - cujo percentual entre concluintes subiu de 48% em 2012 para 50,6% em 2022, não houve avanço na participação das mulheres em cursos ligados às ciências exatas nos últimos dez anos.

As mulheres até chegaram a aumentar sua representação entre os concluintes do curso de TI e computação entre 2012 e 2013, com percentuais de 17,4% e 16,4%, respectivamente. Mas sua participação foi se tornando menor ao longo da década.

Desde 2013 elas não chegam a representar 15% do total de concluintes dos cursos de TI. Esse percentual chegou a ser ainda menor entre 2018 e 2020, quando oscilou em torno de 14%.

Maior presença de mulheres na área de bem-estar, saúde e veterinária
Por outro lado, a área de bem-estar (que inclui cursos como serviço social), historicamente costuma absorver a maior parte dos estudantes do sexo feminino. A participação feminina entre os concluintes ficou em 91% em 2022, embora já tenha atingido recorde de 93% em 2013.

Elas também são maioria entre os concluintes do curso de serviços pessoais, com representação de 83,8% entre os que concluíram graduação nesta área em 2022. Nos curso de Saúde (exceto Medicina) e Veterinária, elas chegam a 75,9% e 71,4% dos concluintes, respectivamente.

Segundo Leonardo Athias, pesquisador do IBGE, a maior inserção profissional das mulheres em cursos de bem-estar tem a ver com as expectativas que se tem em torno do papel da mulher na sociedade:

— Tem a ver com estrutura (social). As mulheres são responsáveis pelos cuidados, serviços domésticos e participam menos do mercado de trabalho. É socialmente esperado que elas participem de cursos relacionadas a educação, serviço social. E isso é uma coisa que acontece no mundo todo.

Ele lembra que o panorama é o mesmo em países membros da OCDE. As mulheres chegam a representar, em média, 33% das licenciadas em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (CTEM), setor que é tradicionalmente dominados pelos homens, enquanto 77% delas estão nas áreas da saúde e no bem-estar.

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