Na COP-27, Brasil é apresentado como exportador de energia limpa
A participação do Brasil na COP-27 revelou para o mundo o objetivo do País de assumir sua posição como um grande player na produção de energia verde
O Brasil teve a missão, durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP-27), realizada de 6 de novembro a 18 de novembro, no Egito, de se posicionar como uma nação que caminha para se tornar um porto seguro para investidores e se consolidar como um exportador de energia limpa. O objetivo do país é deixar de ser apenas um exemplo de vanguarda na produção de energia verde, mas assumir um novo posto neste segmento.
Segundo a diretora de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Marina Rossi, o País tem um papel importante sobre temas fundamentais como a transição energética e a construção de um futuro baseado em energia verde.
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“Existe um grande potencial de geração a ser utilizado na produção de hidrogênio para exportação. Assim, como o Brasil tem um destacado papel na produção global de alimentos, podemos nos tornar também um grande exportador de energia limpa”, disse a diretora.
Um fator de destaque do Brasil no segmento de energia renovável é que a geração distribuída (GD) nacional, majoritariamente fotovoltaica, tem crescido a níveis elevados, com tendência de aumento de mais de 80% para este ano, o que garante um ambiente sólido para investidores.
Regras claras
Marina conta ainda que um fator que é importante e pode contribuir para o desenvolvimento deste segmento no País é a regulamentação da energia eólica fora da costa. “Nossa prioridade é prezar pela segurança desse investimento, para que ele seja efetivo em promover o crescimento econômico, sempre com regras claras e segurança jurídica, sem abrir mão da celeridade e desburocratização”, contou Marina Rossi.
Um fator que favorece a atração e implantação de novos investimentos é a oferta de energia elétrica a partir de fontes limpas. De acordo com a diretora do Ministério, a expectativa é de que até o fim deste ano, 47% da energia do Brasil e 85% da oferta de energia elétrica sejam decorrentes de fontes renováveis. O cenário deixa o País com números três vezes maiores que a média mundial.
Segurança energético
“Tal panorama foi pavimentado pelo uso de recursos hídricos abundantes do país, aliado aos incentivos para a diversificação das fontes. Esse patamar também foi fortalecido pela interligação das diversas regiões brasileiras, para garantir uma maior segurança energética, uma vez que nossa matriz, predominantemente hidráulica, sempre foi impactada pelos efeitos climáticos. Desde a década de 70, o Brasil se esforça para reduzir a dependência de derivados de petróleo no setor de transportes, tendo sido pioneiro na criação de políticas para utilização de biocombustíveis a custos competitivos”, declarou Marina.
Um ponto que foi destacado pelo Ministério na COP-27 foi a criação de um programa para atuar no segmento de hidrogênio. “Recentemente, criamos o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), com os primeiros passos na geração e promoção do hidrogênio de baixo carbono como vetor energético no país. Esse programa representa uma grande oportunidade para investir e participar do desenho de mercado numa das nações mais promissoras do mundo. O Brasil, além de ter uma matriz altamente renovável, essencial para a produção de hidrogênio de baixo carbono, detém expressivos recursos ainda não explorados, incluindo potenciais de geração fotovoltaica e eólica, tanto onshore quanto offshore”, contou Marina Rossi.